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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

terça-feira, 10 de março de 2009


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Homem na lua

(562 leituras no site da Tribuna Piracicabana e muitas criticas, não é das minhas melhores, mas?)

Os americanos chegaram à Lua, os soviéticos também. As nações de primeiro mundo fizeram estações orbitais no espaço. Ficavam dando voltas, imitando um astro gravitando ao redor da Terra. As viagens interespaciais, antes ficção, hoje são factíveis. Os avanços na área da robótica, da medicina e da física são surpreendentes. E aqui do lado do Cruzeiro do Sul, onde o céu é mais azul, o sonho de se chegar à Lua, de ter um astronauta brasileiro foi ganhando corpo; assim como a prosa que tive com o vovô Patusko, que já foi astronauta de testes, recusado no programa espacial por indisciplina. Sentado em sua cadeira de balanço, aparando com as enormes mãos os imensos bigodes, confessou que a sua dispensa se deveu àquele capricho: não cortar os bigodes de escova, pegava mal na mídia e dava problema para pôr o capacete espacial. Contou-me que muito foi adaptado dos testes da Nasa. Testes no ambiente sem gravidade, sem chão. Isso era difícil para um bonachão, gordo como vovô Patusko.Para flutuar: o candidato à astronauta teve de passar um ano com o salário mínimo, perdendo peso. Escolheram o melhor, o que sobreviveu e mandaram para o espaço. Mas a primeira nave tripulada sofreu dano ao retornar à atmosfera terrestre e o tripulante morreu atropelado por um meteorito. Erro de cálculo da trajetória de reentrada, mas o meteorito salvou o grupo de cientistas desviando a atenção para o pequeno meteoro. O segundo vôo caiu no rio Amazonas e os índios comeram o tripulante, assado já. O terceiro vôo deu problema na comunicação e era um domingo de futebol clássico no Morumbi.A imprensa noticiou o roubo da bola que o jogador lançou contra a arquibancada e sumiu no meio da torcida “organizada”, diziam que o vendedor de amendoim saiu com ela no cesto ou pôs num cone de amendoim para disfarçar. Até hoje não se sabe, mas a câmara de segurança flagrou uma jovem grávida ao sair pelos portões laterais, antes não tinha barriga. Enfim, depois de que os americanos fincaram sua bandeira na Lua e os soviéticos fizeram suas incursões além da camada de ozônio, há certo desinteresse da opinião pública. Chegar à Lua agora é coisa de político e de chinês. Ninguém liga mais, só as autoridades e a elite.Depois de tanto desinteresse, a multinacional do espaço Sideral & Sideral terceirizou os serviços e mandou um padre para o céu. O padre Josef Balon. Um astronauta ideal. Subiu aos céus dentro da roupa de astronauta, sem ser reconhecido para evitar merchandising religioso, constava no contrato. O religioso, a exemplo dos primeiros astronautas, olhou a terra e viu que era azul e que Deus não estava lá, na Lua. Desceu no astro parcialmente iluminado. Solitário, deu voltas aos pulinhos e em comunicação com a terra, voltou para a nave correndo, estava frio e solitário ali. Tinha a alma leve e o corpo também. De repente as comunicações foram cortadas bruscamente. O padre ficou lá, sem contato com o comando do programa espacial na terra. Ouviram-se chiados como chuva, rojões e nada de som humano, nada compreensível. O sonoplasta do programa espacial terceirizado então tentava pegar alguma estação de rádio do exterior e ver o resultado do jogo amistoso de seu time e também ver alguma coisa diferente além da lua, até que as caixas de som do imenso laboratório espacial voltaram a retransmitir direto da Lua: Pamonhas, pamonhas… pamonhas de Piracicaba.Por fim, conta Patusko, que o padre voltou. O programa obteve contato visual em tela quando da reentrada na atmosfera terrestre e o padre, faminto, via-se pelos beiços amarelos, acabava de “matar” uma última pamonha com palha e tudo. Desceu da cápsula na praia de Copacabana e na corrida até o banheiro o atleta de Deus foi ovacionado por civis e militares que se postaram para recebê-lo. Após a chegada do banheiro e da Lua, mais magro e grisalho, deu entrevista coletiva e oficial contando que lá, na Lua, viu estrelas e cangurus saltando de um lado para outro, que a terra não é azul e sim verde e amarela, Deus o esperava lá e o seu time, o qual não divulgou o nome, finalmente ia ser campeão. Mas e as ditas pamonhas?! O padre astronauta contou que já eram vendidas no espaço interplanetário e comprou de uma nave espacial que passava por lá, por um real a dúzia.Aqueles homenzinhos de orelhas pontudas não perdem um cliente, mesmo! Graças a eles, sobreviveu, porque tinha acabado o estoque de pílulas de água e de comida. E o retorno à Terra?! Foi fácil. Deixou a cápsula dar voltas ao planeta, até que entrou na atmosfera em segurança, sem queimar com o atrito do ar e então fez uso do tele-transporte para se materializar novamente no assento da espaçonave. Que viagem!

3 comentários:

  1. Que viagem deliciosa, esse jogo das palavras é um divertimento indescritível, mas o padre hein... o que será que pensou ou pq será que não pensou?!, enfim, eu tbm gostaria de voar de balão mas sou muito humana para enfrentar esse risco tão divino já quanto a pamonha de piracicaba, o padre experimentou no espaço e eu que já estive em piracicaba por duas vezes ainda não... snif, snif, snif. Quero pamonha de piracicaba!!! Beijão pr"ôceis".

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  2. Grato pelo comentário em meu blog. Sugiro que poste também no do Micelli:
    http://micelli.blogspot.com/
    Abraços

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  3. Meros contrastes, vamos a rua do porto e lá deve ter uma pamonha boa. O milho já não é daqui e nem sempre é o puro creme do milho, mas ainda tem das boas. Um abraço.

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