tag:blogger.com,1999:blog-85925644593698305192024-03-14T03:29:48.278-03:00Camilo, crônicas & textosCamilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.comBlogger202125tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-78757970786006870792014-04-23T22:34:00.002-03:002014-04-23T22:34:32.076-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
EI, estou aqui<br />
Blogueiro sumido<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Últimas palavras...
preces</span></span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-K_r_OUX92vg/U1hqG-7UJJI/AAAAAAAABZg/LIMcJUciPxM/s1600/Arquivos+Celular+(64).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-K_r_OUX92vg/U1hqG-7UJJI/AAAAAAAABZg/LIMcJUciPxM/s1600/Arquivos+Celular+(64).jpg" height="240" width="320" /></a></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Meu pai deixou este
mundo há quase um ano. Deixou o mundo a que veio. Sei onde está sepultado e por
vezes me vêm pensamentos de como esteja, mas tudo o que se tem são os restos
mortais que já se decompõem ao chão. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A vida o foi
deixando aos poucos e mais forte o lançava às cobertas de uma cama profunda,
emudecido e magro entre lençóis brancos sem cor, de réstia de vida agoniante.
Seus olhos perdidos ao ar, inexpressivos, buscavam o que saberia não mais ver,
sem brilho. Olhos de morto, mas as suas mãos agarravam-se às minhas e não
soltava. Eu não sabia se devia ficar ou ir carregado de pensamentos sobre
aquele momento. Se saísse talvez não o visse da próxima visita ou em nenhum
outro momento neste mundo. Estaria lúcido para se despedir? Era uma despedida?
Gostaria de lhe dar todas as certezas sobre a morte, mas não tinha nenhuma, a
não ser que ele iria à mansão dos mortos. Evitava falar ou pensar sobre
cemitérios e caixões.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tentava o iludir (ou
me iludir) sobre coisas tranquilas como um riacho, sua vida no campo, os
pássaros e sussurrava isso na sua cabeceira. Parecia que me ouvia ou se enchia
do meu papo excessivo também. Nas vezes que conseguia balbuciar respondia,
assentia, e ainda sinto o cheiro dos seus monossílabos nos meus ouvidos. Em
princípio, os cuidados da enfermeira lhe dava um cheiro de neném, contudo o
cheiro de doente é variável, lembro-me desses odores dele e me vai a mente até
os cheiros de pai, familiar e diário. Será que nosso nariz guarda alguma
essência? Lembro-me de nossas conversas, de meus monólogos, porque não podia
responder mesmo (eu sabia e já deixava a resposta embutida). No fim minha
conversa não era mais palavras aprendidas e descobri que as orações antigas
como o pai-nosso e ave-maria não são coisas de beatas atiçadas nas procissões,
são balbucios de nossa alma, de nosso próprio indizível. Hoje, como falo a você
meu pai? Você dorme, repousa. Descanse, velho, nas minhas orações.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span><span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Neste dia dezessete
de abril, quinta-feira da paixão, faz um ano de sua morte e tudo mudou, passou;
no mundo, se valessem somente as aparências nada mais existiria, mas não cremos
nisso.</span></span></div>
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-66258707707942027802014-03-02T07:11:00.001-03:002014-03-02T07:11:53.372-03:00Ciclonauta<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Amigos, bom carnaval a todos e grato aos órgãos da imprensa pela publicação desta inacreditável aventura. Saudações ao meu primo e inspirador Valdir, de Santa Terezinha. ahahah.</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">Blogueiro ciclonada</span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #660000;"><span style="font-size: large;">Ciclonauta <o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
</span><a href="http://4.bp.blogspot.com/-8Amss_bOHhw/UxMDiDkwsgI/AAAAAAAABZI/62-DUwFmOEM/s1600/ciclonauta.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-8Amss_bOHhw/UxMDiDkwsgI/AAAAAAAABZI/62-DUwFmOEM/s1600/ciclonauta.jpg" height="320" width="227" /></a><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #660000;">Meu primo é o melhor
na pedalada. Se Pelé fosse ciclista e disputasse com o primo, não chegava a pôr
a coroa. Deu algumas voltas incríveis o moço. De bike já cruzou trechos inimagináveis,
mirabolantes, viu muitos amanheceres, deu volta ao mundo por duas vezes, subiu
o Himalaia pedalando e desceu surfando. Meu primo já cruzou muitas vezes os
horizontes e a barreira do som nas pedaladas, uma vez chegou tão perto da lua,
na serra de São Pedro, que quase a empurrou para baixo. Empurrar não empurrou,
mas ela bailou lá em cima. Pelo mundo, já se escapuliu de dragões de Comodo e
de carros em ciclovias pintadas no asfalto, mas não de incômodos, como os assédios
da NASA, para ele ser o primeiro ciclonauta brasileiro a dar um rolê na lua.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Estava saindo para
pedalar quando os caras com carrão preto o quiseram cercar, mas ele evadiu-se
perseguido, até que parou e enfrentou os gringos. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Qué apostá uma, é?
Então põe mai força nessa lata véia suas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Quer ir pro lua?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Lua? Eu vô dizê
proceis, carece não. A mor de que eu sei bem que aquilo é uma coisica de nada
pra pedalá, que graça tem? <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- No, a senhor vai
ver que non.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Como?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O gringo explicou
melhor. Depois de solto o último foguete auxiliar, a cápsula de bordo vai pela
inércia, atraída pela gravidade lunar, mas, no caso, ele ia pedalando até a
lua, gerando energia aos propulsores, esse era o seu trabalho, e lá, no chão da
lua o reconhecimento deixando a marca dos pneumáticos da bike por solo nunca dantes
pedalados, onde nenhum homem jamais esteve, de bike, pelo menos.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Aceito, mai, meu
primo vai cumigo.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Why, por quê?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Sô privinido. Preciso
de ajudante, se furá um pneu, e mai da conta ele escreve tudo que vê na viage.
E vô usá capa preta, óculos escuros e, lógico, capacete meu.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Para descer o gringo
nos instruiu que viéssemos pela via láctea, deslizando e depois, atenção, na
reentrada em órbita da terra quando os corpos queimam, pedalar em marcha leve,
dando voltas, até que os pneus se inflariam e do selim abriria um paraquedas
para cairmos serenamente no rio, como chuva domingueira, ao lado da casa do
povoador.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- E se errar o
itinerário da lua?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Vão pra Plutão -
Gringo mal educado!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">De lá de cima não
conto porque é segredo da NASA, do mais revelo que quebramos a linha daquele
menino sentado na lua minguante do Spielberg e quase batemos no menino levando
o ET na bicicleta. Na reentrada da atmosfera, meu Deus! Balançava toda a
lataria e meu primo pedalava, pedalava, nuvens e mais nuvens, uma garça, um
anjo, uma cegonha sem-vergonha e nuvens, até avistarmos a chaminé do Engenho.
Na atmosfera já, um engraçadinho acertou de boa mira um dos pneus infláveis e
nossa trajetória foi parar no meio do mato, nos braços dos bonecos do Elias,
enroscados na vara e linha de pesca que quebrou do menino da lua minguante. À
margem fomos autuados por pesca na piracema. O seu delegado não acreditou nessa
história, prendeu nossa bicicleta e nos deixou na mão, a pé e lá a lua a nos
olhar... ciclonauta.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
Divulgação: </span><br />
<span style="color: #660000;">O blogueiro é escritor nas horas vagas e o recente obra é Laços do Sertão.</span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-75425593101054392382014-02-22T11:22:00.000-03:002014-02-22T11:22:14.338-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-XZWAYXefC3s/UwiyLR5o3tI/AAAAAAAABY4/MNOfS8gcw_c/s1600/capa+de+la%C3%A7os.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-XZWAYXefC3s/UwiyLR5o3tI/AAAAAAAABY4/MNOfS8gcw_c/s1600/capa+de+la%C3%A7os.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<br />
<div class="Default" style="margin: 0cm 7.05pt 0pt 7.1pt; text-align: justify; text-indent: -7.1pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: 14pt;"><span style="font-family: Cambria;">Laços do Sertão</span></span></div>
<div class="Default" style="margin: 0cm 7.05pt 0pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 14pt;"><span style="font-family: Cambria;">O que este romance me trouxe foi a
consciência da solidariedade e compadrio que havia entre os antigos caipiras e
gente simples vindo de outros continentes, se abrasileirando; mas a tentação de
“fazer a América” rompeu muitos laços. Os personagens, a certa altura do
romance, pareciam vivos como parentes e antepassados que queríamos conhecer. O
que nos legaram? E isso que busco nesse romance. Se pensarmos em grandes
riquezas não encontraremos a miudeza do cotidiano, da formação da nossa cultura,
da luta pela sobrevivência, da fé como forma de amar ao próximo. Sem os
recursos e benfeitorias do núcleo urbano de então, quando a maioria quase que
absoluta do município vivia no meio rural. Este é o legado de Laços do Sertão.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: windowtext; font-size: 14pt;"><span style="font-family: Cambria;">O livro passou por inúmeras correções
minhas e da Luzia Stocco, não faltando a discussão sobre os personagens e
falávamos deles como pessoas reais. Este livro foi trabalhado todo em casa,
somente as capas vieram da gráfica e pode ser adquirido com o próprio
autor/editor pelo e-mail:<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"><a href="mailto:quartarollo.camilo@gmail.com"><span style="color: blue;">quartarollo.camilo@gmail.com</span></a> ou
mesmo facebook de Camilo Irineu Quartarollo</span></div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-85984022967843353022014-01-12T21:04:00.002-02:002014-01-12T21:07:20.500-02:00Cigarros<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">Amigos, amigas, se for fumante ou não, pode comentar, que este blogueiro não reclama.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Times;">Acenda o comentário que quiser e poste-o, mas deixe a brasa distante de você para não queimar os dedos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Times;">O blogueiro chamuscado</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-Hl4E0jkLves/UtMf26EMydI/AAAAAAAABYY/dQBNBWfS4ZA/s1600/cigarros.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-Hl4E0jkLves/UtMf26EMydI/AAAAAAAABYY/dQBNBWfS4ZA/s1600/cigarros.jpg" height="320" width="214" /></a></div>
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">Cigarros
<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">
Ele a tinha
deixado há muito tempo, numa tarde chuvosa, para comprar cigarros. A imagem do
companheiro não lhe saía da mente. Um homem com vícios, é verdade, mas amoroso
e terno. A senhora tricotava em transe ao lembrar o passado. O seu paletó
listrado, camisa aberta no peitoral, o chapéu cinza e um sorriso de já volto,
dito sob os bigodes. Vovó não o esquecia por um dia, sequer. A rotina naquela
casa continuou por trinta anos do mesmo jeito, numa vivência inercial, com a
espera daquele que deu uma saidinha para comprar os seus cigarros. Conservou
suas coisas de uso habitual. Suas roupas, o vidro de brilhantina pela metade, o
pente sobre a cômoda com alguns fios pretos, ferramentas, gibis, navalha e
utensílios para barbear e na parede uma foto em branco e preto, de boa nitidez
dos tempos em que foram felizes. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">
A família
preocupava-se com o desaparecimento do pai. Deram-se buscas, em hospitais,
cemitérios, bares, programas da TV, na internet e sumira mesmo atrás de um cigarro
maldito. Tinha de sair logo naquele domingo chuvoso, procurar por bar aberto e
cigarros?! <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">
Os filhos
cresceram e se formaram cuidados pela mãe e ouvindo a história, vieram netos,
que o avô atrás dos cigarros não viu. Tanto tempo de saudosa memória sem o
corpo. A família já aceitara a ausência do tal e os reclamos da velha esposa,
mas como quem é vivo sempre aparece (mesmo que doente), ei-lo chegando numa
tarde de domingo chuvoso - a velha o reconheceu logo, mesmo com todos os anos
que arrebenta a cara de qualquer um.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">
- É você, querido,
voltou, comprou os cigarros que tanto gostava? <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="color: #741b47;">
Como estivesse
acabrunhado pelo atraso, ela o dispensou de maiores explicações e também a
família - todos vieram recebê-lo. O homem doente e fraco recebeu um banho de
loja, dentadura nova, cortou a barba com aparelho e jogou as velharias de
recordações para o reciclável. A família sabia toda a história do homem ao lado
da mãe, fagueira, nos mimos. Exceto que um netinho quis tocar no assunto do
desaparecimento domingueiro do avô, em busca do maço de cigarros. “Cigarros?!”,
disse o velho, “mai eu nunca fumei na minha vida, ué! Que cigarro que sua avó
sempre fala?”<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: x-small;">
O titular deste blog é autor de diversas publicações em livro, notadamente Laços do Sertão, em 2014</span>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Aos interessados meu e-mail é <a href="mailto:quartarollo.camilo@gmail.com">quartarollo.camilo@gmail.com</a> e adquira um exemplar.</span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-63689691846776627202013-11-29T08:08:00.001-02:002013-11-29T08:08:17.569-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: purple;">Amigos, o texto que posto hoje não é meu, é de um amigo. Literatura é isso, pôr para fora algo que nos move por dentro, é alma, e ele conseguiu muito bem. Parabéns Cláudio Chirelli. Devo dizer também que esta semana atrasei a postagem, visto que ando muito cansado e com vários problemas de toda ordem e a vida me põe mais limites que já tinha.</span></div>
<span style="color: purple;">O blogueiro tardio</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Cl6Ltb6gVv8/UphnS9rL_XI/AAAAAAAABXI/Z-GQwWTVKLs/s1600/presos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-Cl6Ltb6gVv8/UphnS9rL_XI/AAAAAAAABXI/Z-GQwWTVKLs/s320/presos.jpg" width="240" /></a></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="font-size: large;"><span style="color: #6fa8dc;">Grito de Mãe<o:p></o:p></span></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: #cc0000;">Ouvem-se as sirenes das viaturas e dos camburões
com os prisioneiros que se aproximam do fórum. Percebe-se cada vez mais próxima
a sirene em nossos ouvidos, de um silêncio que não percebíamos. Rápidamente, como
passe de mágica os portões abrem-se e numa manobra ensaiada a escolta isola a
área para o camburão que entra veloz, fórum adentro. A ordem é a segurança e
evitar-se alguma fuga ou incidente de fora. Policiais ficam posicionados
afastam pessoas que tentam a aproximação dos presos trazidos ao juiz para
audiência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fora, pelos gritos se reconhecem noivas, esposas, e
mães, que tentam avistar, por uma fresta que seja os seus queridos, que,
algemados, saem do caminhão. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No meio do “furacão”, uma mulher, baixa, tez
morena, cabelos negros, olhos miúdos, brilhantes de esperança, no colo uma
criança, a neta, talvez o pai esteja lá dentro, talvez com muitas algemas
imaginárias (não sei), além da culpa que expia.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">As sombras descem pesadas sob o sol cadente e
percebem os detentos ao virar de cabeça ao gradil. Quem pode prender um desejo
humano, gritos recomeçam. Muitos nomes se fazem ouvir e recomendações, frases
de efeito, português ruim, mas de entonação precisa. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Há grupos retirados de transeuntes e curiosos, sádicos,
condenando os que passarão pelo julgamento - têm de pagar mesmo, bandido é
bandido, seu lugar é cadeia, etc. Todos estamos sob juízo de alguma forma, não
há justo sobre a terra. Nesse momento a escolta põe alguns a correr. A baixinha,
mãe, continua no gradil com a criança protegida no braço, ninguém a tira do
local. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os gritos seguem contra ela, os curiosos lançam
impropérios. A escolta, vendo-a indefesa e persistente pelo instinto materno, chamada
de vadia, e p... (cedem, olhando e armados).<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Gritos e a mãe está tentando ver o filho, segurando
no peito um crucifixo, igual ao da sala do júri, e seus gritos atraem olhares
que ninguém pode desviar, e que sobressai melódico como que pelo sofrimento –<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“filho oie, a mãe aqui”</b> e acena. O filho
ergue a cabeça, é advertido, abaixa-se no fluxo da dor, segue apartado à
carceragem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Após a audiência, o camburão é fechado e a mãe
grita a mesma frase <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">-“filho oie, a mãe
aqui”</b>. Lá de dentro, desta vez julgado, o filho grita – <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“bença mãe”.</b> A mãe ouve, e responde <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">– “Deus te abençoe filho... juízo filho”</b>,
o filho responde <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">– “amém, te amo, veia”.</b><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Do cartório de paredes e vidraças voltadas ao
jardim do pátio, em meu trabalho, não pude deixar de ver as cenas e, em
lágrimas refletir.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para aquela mãe os defeitos, os delitos cometidos
pelo filho, não mudavam o amor em seu coração, sem julgamentos e preconceitos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Essa mãe... À que se compara? O amor dela é
incondicional, não ama apenas com palavras, mas as palavras, quando dizem, são
inquestionáveis, mesmo à sombra de armas. Creio que o amor infinito de DEUS
somente se compara ao AMOR DE MÃE. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">CLAUDIO CHIRELLI<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(<a href="mailto:claudio3441@terra.com.br">claudio3441@terra.com.br</a>)<span style="color: #453320;"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
Aos interessados, ainda temos exemplares do livro Crises do filho do meio.</span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-25727608258492267252013-11-16T08:01:00.003-02:002013-11-16T08:01:56.708-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">Amigos(as), grato pelos acessos a este singelo blog, espero que curtam o texto abaixo, como curtiram o anterior. Abç</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">Bloguista cansado neste final de ano, ufa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;"><span style="font-size: large;">Papai-noel virá?</span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: red;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-vEpnOFKzNWU/UodCGodCTJI/AAAAAAAABW4/DM86n-Ml3-0/s1600/menino+e+guirlandas.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-vEpnOFKzNWU/UodCGodCTJI/AAAAAAAABW4/DM86n-Ml3-0/s320/menino+e+guirlandas.jpg" unselectable="on" width="213" /></a></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">
Pela veneziana
quebrada via o céu noturno. Estrelas desperdiçadas pelo meu sono, uma lua que se
virava pelos cantos do firmamento. No parapeito da minha janela que dava para a
rua, o meu burrinho feito de batata com quatro palitos enfiados. Era o meu
poder de barganha para ganhar algum presente, porque no ano todo fizera muitas
peraltices. Tentaria não dormir para me explicar pessoalmente ao bom velhinho,
quando chegasse.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ele
vinha sempre de trenó e de muito distante. Passava com suas renas, um cavalo do
pólo norte, só que diferente – diziam-me. Ah! Deixava marca de estrelas pelo
céu, porque esses cavalos eram mágicos e voavam e, em minha expectativa, eu
também. A espera pelo papai-Noel. Mesmo que não viesse com o presente desejado,
daria alguma explicação por não me dar a bicicleta que eu pedia todo o ano.
Para mim, aquele veículo era o máximo, aqueles pneus com raios finos suportando
meu peso de gordinho. O problema seria equilibrar-me em duas rodas, precisaria
de no mínimo três. Mas papai-noel devia saber disso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Fui
posto na cama à força, hora de criança dormir. Meus olhos estalados não saíam
da veneziana. Passei quase toda a noite em claro, a pressentir os movimentos e
barulhos da chegada do trenó. Meus pais dormiam noutro quarto e meus irmãos
dormiam como bebês. Estava sozinho no meu mundo, insone. Pela veneziana ouvia
um rodamoinho noturno, levantei-me algumas vezes e via a noite pela fresta. O
cachorro amontoado, dormindo. O silêncio pairava preguiçoso, suspenso nas
nuvens altas e brancas que vagavam nas brisas, as galinhas empoleiradas e imaginei
o galo de pijamas, o sol ia demorar a nascer. E o papai-noel?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De
dia, disseram-me que o velhinho tem de entregar muitos presentes e nem sempre
chega a tempo ou conversa com a gente. Andava eu já pelo terreiro, sem temer
noite, enquanto o papai-noel não chegava. Descobri que as aves dormem e os
outros animais também, só não sabia com o que sonhavam. O cachorro levantou a
cabeça e vendo que era escuro enrodilhou-se novamente. Tudo muito quieto.
Voltei para debaixo das cobertas, sem ninguém me mandar. Agora já conhecia a
noite do quintal.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red;">
<span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sonhar
dormindo é normal, mas bom é sonhar acordado. Cochilei no travesseiro, mas
sonhava que estava com os olhos abertos na veneziana. Quanto mais esperasse,
mais demoraria. Então fui imaginando o prazer em ter a minha bicicleta. O
guidão, os pedais, as rodas raiadas fazendo rastros na estrada de terra macia.
Ia pôr até uma caixinha atrás para levar brinquedos meus. Ia ser minha redenção
da vontade de passear, ir aonde meu pai não levava e minha mãe nunca deixava ir.
Os meninos iam ficar admirados, eu ia ser respeitado com aquela magrela,
presente do papai-noel. Mas acordei no dia seguinte e cadê a minha bicicleta? <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: red;">A
que tenho hoje não é como a que o papai-noel não me deu. Então tive de aprender
a viver sem ela. Afinal, uma bicicleta não é tudo, mas valeu. Será que uma
bicicleta é tudo isso? Onde estão os presentes que ganhei? Presente de criança
só tem valor na hora, depois fica esquecidiça no quintal, como fiz com meu
cavalo de brinquedo e meus montes de terra, que ora junto para brincarmos neste
pequeno espaço gráfico. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: red;"><em><span style="font-size: x-small;">Aos que desejam presentear com os nossos livros o e-mail para pedido é </span></em><a href="mailto:quartarollo.camilo@gmail.com"><em><span style="font-size: x-small;">quartarollo.camilo@gmail.com</span></em></a><em><span style="font-size: x-small;"> e enviaremos por correio se fora de Piracicaba-SP e depois você deposita. Abç</span></em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: red; font-size: x-small;"><em>
</em></span></div>
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-86654689969795096362013-11-10T07:29:00.001-02:002013-11-10T07:29:26.709-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-75e3b15f-414a-44f2-6962-b457783176fe" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Amigos, amigas do facebook e deste singelo blog, meu irmão quase-gêmeo diz no prefácio de meu livro que sou mesmo em crise. É verdade. Agora mesmo, projetando um novo livro de romances me defronto com vários problemas de enredo e trama e pesquiso, e corrijo até dar ao leitor o melhor entendimento e cadeira dessa leitura. Bem, digo isso porque às vezes exageramos e o perfeito não existe. Alguns vão ler mesmo as primeiras folhas e esquecer o resto ou vão dar a alguém ou ao sebo. Aprendi nessa semana de Fentepira e várias peças teatrais, que mesmo assim, valeu a pena. E por falar em Fentepira, apresentações de teatro em Piracicaba-SP, este texto abaixo foi inspirado numa das cadeiras na apresentação da praça José Bonifácio. Eu pensava no meu pai, como penso muito ainda hoje e verti um texto de ressentimentos que tenho, há muito sentimentos ainda ressentidos, não reparados, não lacrimados, sem escoar, a ecoar dele.</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Blogueiro chorão</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Autor de Crises do filho do meio</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="font-size: large;"><span style="color: #a64d79;">O enterro do palhaço</span></span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Hp7Kts7AQy4/Un9Rr4yu9dI/AAAAAAAABWo/fAmQrfh7t6U/s1600/palha%C3%A7o.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #a64d79;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-Hp7Kts7AQy4/Un9Rr4yu9dI/AAAAAAAABWo/fAmQrfh7t6U/s320/palha%C3%A7o.jpg" width="239" /></span></a></span></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">(ao ler, tirar o nariz vermelho, para melhor respiração)</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Ao chegar à coxia Augusto avistou o companheiro exaurido, sentado, com os ombros para frente e os guizos de bobo ainda vibrantes com o tremor do cansaço, de velho. Se não o conhecesse acharia que era o ensejo para mais uma das suas graças de palco e irreverência, mas era um ser voltando-se para dentro, condoído. Não riu Augusto. Somente um palhaço para conhecer outro... Enfermo, padecia de dores nas juntas, nas pernas inchadas sob os sapatos grandões de palhaço e sob as calças largas e coloridas os cambitos tremiam sobre a corda bamba da vida, do seu rosto o azul escorria como um guaxe e o vermelho manchavam-no como um assassino de si mesmo. Quem aceitaria a morte de um espantalho?</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Não, Augusto o tomou nos braços e o pôs sobre o tapete das mil e uma noites e... uma palavra, mas qual, seus narizes redondos quase se tocaram na mágica dos olhos que veem crianças, vai fazer graça ao Jesus menino neste natal. Sabia. Vai morrer, não vai lutar como os soldadinhos de chumbo. Morreu. </span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Os homens da funerária levaram o palhaço ensacado para devolver à família o morto, mais um corpo no velório da sala três, ao lado da cantina e em frente do coqueiro verde. Quem vai? É de graça. Eu não vou, não aguentaria meus próprios soluços. Augusto foi e ninguém o reconheceu sem a fantasia, o andar trôpego, o rebolar e os sapatões disformes. Via-se o amigo no fundo daquela caixa de faraó, embrulhado em flores coloridas e sufocantes na câmara ardente para ser encomendado por um padre ou pastor, diante de quatro velas. Aquele não servia mais. Se pudesse voltar a cena! Não, nem assim chegaria à perfeição; nas mil mortes da vida, essa era capital, perfeita porque única.</span></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: Calibri; font-size: 15px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: #a64d79;">Eu posso voltar a cena nesse texto – na verdade, é só o que faço - e lembrar de sua risada histriônica e até craquelante. Ahahahaheeeiii. Que importa o figurino, as pessoas que vieram se compadecer ou por curiosidade, o caixão é sua coxia, nossos sonhos o seu palco e por pouco não descobrimos o que temos diante dos nossos narizes, de palhaços. Num minuto vão focar a luz sobre a sala e as velas vão se apagar com as primeiras brisas da aurora, os pássaros vão catar migalhas e as buzinas se farão presentes outra vez, e o morto, não – decompõe com nossas ideias... sei que as velas vão se apagar em fumaceiras ordinárias com cheiro de ausências, de recordações costumeiras de viver passadiço. Como disse, eu não fui, pois já sou palhaço e não posso me apresentar às estrelas nem impedir o brilho que entra pela minha janela. Adeus, palhaço, seja bem vindo, prepara-te, soldadinho de chumbo!</span></span></div>
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-45415608857717382962013-11-02T07:36:00.000-02:002013-11-02T07:36:02.760-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Amigos, amigas, grato pelos acessos a este singelo blog. Espero que seja agradável a leitura.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Blogueiro e a<span style="font-family: Calibri;">utor de Crises do Filho do meio</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Dona Baratinha </span></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #741b47;"><span style="font-family: Calibri; font-size: large;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-V_Ti4qeV8c4/UnTHazUe5qI/AAAAAAAABWY/UQeUG6Yv6LU/s1600/dona+baratinha.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-V_Ti4qeV8c4/UnTHazUe5qI/AAAAAAAABWY/UQeUG6Yv6LU/s320/dona+baratinha.jpg" width="98" /></a></span></span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"><span style="font-size: large;">
</span><span style="font-family: Calibri;">Dona Baratinha diz que tem sete saias de filó...
mas anda com roupa de viuvez o tempo todo, num luto vivo de tecido lustroso e
piedosa na igreja de santo Antonio, seu santo de devoção de terços diários e um
guarda-chuva preto que faz as vezes de bengala, não quis trocar por sombrinha
colorida, não. Aquele objeto guardava lembranças e protegia das lágrimas, era
do falecido. Falecido, Dona Baratinha?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">- É.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">A resposta seca mostrava como lidava com as
realidades da vida marcada por rituais. O tempo não existia para ela, os
ponteiros dos relógios eram meros marcadores da próxima missa na tevê ou de
trazer o copo com água para benzer. O tempo, podia se dizer, são momentos de um
ritual, muitos, imperceptíveis que se fazem sem a devida consciência, até as
formigas têm os seus rituais. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Dona
Baratinha punha termos a eles e rezava como uma sacerdotisa em seu sacrário
doméstico ou mesmo na igreja de santo Antonio. Cuidado com o terço de ouro,
mãe? Advertiam os filhos. Que nada. O último ladrão motoqueiro que tentou
roubar levou uma boa surra de cabo de guarda-chuva, a mulher o pegou com o cabo
e o puxou com uma força de velha hostil e depois de caído os transeuntes
tiveram que apartá-la da “vítima”, enquanto a moto ligada em queda girara as
rodas sem chão. Quebrou o guarda-chuva e quiseram lhe dar outro, não, mandou a
conserto e trocou varetas e lona, que tinha de ser tudo em preto e devia estar
pronto para a próxima missa na igreja de santo Antonio, ia mandar o padre rezar
as missas ao falecido, as quais fazia questão de pagar com dinheiro de sua
pensão. Não se pode dever a santo, dizia, e mais, ao santo que beijava os pés
todas as vezes que lá ia.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Vendo dona Baratinha no primeiro banco o padre
amainava o discurso e não esquecia as intenções da missa e ela o orientava com
o olhar solene e ritualístico, e era de se saber que o guarda-chuva a acompanhava
mesmo sem nuvens no céu. Já beijara os pés do santo e agora rezava sentindo o
cheiro de madeira dos bancos e lá no altar via a luz vermelha iluminando uma
caixinha onde o padre gordo punha e tirava hóstias, como guardião da fé, como
se Deus desse voltas no bairro todo e parasse ali, e que o padre pudesse mexer
no tempo como se mexe em relógios de camelô. Quando sentia o pão sagrado em sua
língua era tudo o mais sem valor, até mesmo o que se escreve sobre ela. É a fé,
a instância de seu entendimento, donde não se pode pôr ou tirar sem complicar. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Os meus momentos passam com as cautelas de um
relógio oco de toc-toc que não me sintonizam, tudo tão passadiço que parece
relógio de camelô, de dois por um – agora complicou, né? Estou tranquilo, escrevo
enquanto Deus me der linhas nessa vida que é uma mão que escreve sozinha, porque
dona Baratinha já mandou rezar as missas, trocar a foto do túmulo do falecido e
deu outras orientações ao padre e, ainda, repassou algumas que o papa não
receberá. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #741b47; font-family: Calibri;">Da última vez que passei pela sua calçada parou de
varrer e disse-me que rezava algumas ave-marias pelo moço de chapéu também. Uns
usam guarda-chuva, outros relógios, brincos, óculos, chapéu e solidéu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="color: #741b47; font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="color: #741b47; font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
</span></div>
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-55955761824911991932013-10-26T10:46:00.002-02:002013-10-26T10:46:41.129-02:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-xq9yM78CmC8/Umu5adu6FtI/AAAAAAAABWA/53tBB_D7_fI/s1600/artista.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="224" src="http://4.bp.blogspot.com/-xq9yM78CmC8/Umu5adu6FtI/AAAAAAAABWA/53tBB_D7_fI/s320/artista.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #cc0000;">Já pensou em ser
artista? <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: Calibri;">O artista ensaia à exaustão a mesma cena até que o
sutil torne-se espontâneo, que o diretor e ator vejam-se no plano espiritual do
palco, sobre o tablado atrás de um pano de sonhos. Tanto trabalho em ser
artista que ele/ela quer desistir muitas vezes, mas nunca, nunca desiste... de
viver. Não pode abortar a vida de seu ventre, a personagem pode ser dada em
adoção a outro ator/atriz, mas nunca, nem em petição de miséria vai matá-la em
seu jeito de ser. É algo de seu.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000; font-family: Calibri;">Queria ter a força de um clown, de um palhaço, a
força espiritual e divina deles(as). Não há quem os desestimule, quem os vença
em seu ânimo, mesmo sob o achaque o palhaço é digno em seu viver humano e pode
dizer o que os status quo nega peremptoriamente por regras sociais, por vezes,
quase sob ditadura de uma estética convencional. O palhaço diz coisas sérias,
que em certas situações ninguém aceitaria. Seria ofensa, mas ele é o palhaço, o
ofendido alegre. Já vi também, tive o prazer de ver um palhaço na coxia, após
um espetáculo cansativo de risos, exaurido, molhado de suor, retirando a
pintura branca e mais parecido com a gente, mas era tão bonito, quase pensei
que era sua pele. Será que entenderam mesmo a apresentação de tal ser? Acho que
pensam que sim, mas algo mais profundo calou na alma deles, da qual vão
entender ainda, durante bons anos, em conta-gotas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: Calibri;">O artista muitas vezes é criticado por não se enquadrar,
não serem bons em matemática, em lógica, mas são proativos em suas funções,
mesmo técnicas e sérias (tenho amigos artistas em todas as profissões,
inclusive no teatro) e são muito competentes, inclusive em partilhar a boa
amizade com analisador de almas humanas como eu – não temem pela intimidade
exposta, inda que eu os respeite muito. Dizem os especialistas que eles têm
quociente emocional. Dotados de comunicação não em corredor, mas de
triangulação - têm visão periférica e falam com várias pessoas ao mesmo tempo e
ainda fazem várias coisas falando, como quem arruma seu figurino, sua marcação
de palco e decora falas, enquanto anota uma receita de bolo ou dá uma ordem,
tudo está interligado para o artista. Diria super-homens e mulheres-maravilhas.
Aliás, já viram o que um malabarista faz com seus malabares? Então, não se deve
julgar um artista pelas suas palavras, reclamações, ou “deslizes” que nos
possam parecer e sim aprender, eles são mestre da alma humana. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">E
quando o coordenador marcar a próxima apresentação do grupo vai dar buchicho,
porque uns vão reclamar do cansaço, outros do tempo com a família, outros sem
dinheiro para a passagem, outros afônicos não poderão cantar, outros chateados
por alguma razão. Todavia, na hora aprazada, sem nenhuma oposição do
coordenador vão estar lá no teatro e, pelos olhos deles, de criança diante do
brinquedo, a gente já sabe, queriam mesmo vir e o diretor sabe.</span></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-38494385623008229192013-10-19T08:38:00.000-03:002013-10-19T08:38:27.058-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Caros amigos(as) ontem estivemos em Indaiatuba-SP, onde foram escolhidos os trabalhos literários para o mapa cultural do estado de São Paulo. De Piracicaba, Luzia Stocco ganhou aplausos e honras da bancada pelo trabalho Torradas não se despedaçam, mas não conseguimos classificação melhor. Foram interessantes as orientações dos jurados ao público de escritores sobre os trabalhos feitos e seus eventuais problemas, mas também lamentaram que muitos poderiam ter alcançado o primeiro lugar. Dos lidos ao microfone, muitas coisas boas e bem escritas. Penso quando algum texto meu vai ter a honra dos lábios e bocas, além da minha. Snif, snif...(interrupção para chorar, ahahahaha). A minha crônica desclassificada foi Morte Certa, mas eu já sabia assim como a morte é certa, meu texto não estava dos melhores, admito; mas este abaixo está tinindo e saiu do forno há poucos dias no jornal da região.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-rorM5x_W_a0/UmJuzNM6KoI/AAAAAAAABVo/L9BdorKGGPo/s1600/CAMILO77.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #4c1130;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-rorM5x_W_a0/UmJuzNM6KoI/AAAAAAAABVo/L9BdorKGGPo/s320/CAMILO77.JPG" width="235" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Juventude transviada <o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;"><span style="font-size: large;">
</span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Qual é a imagem do
avô de hoje? Perguntei aos jovens. Perguntei sim, pois tenho saudades dos meus
avós, até da sisudez deles, meu avô de terno preto, surrado e bem caído, não
tinha outro mesmo. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Por piegas ou
saudosista que lhes posso parecer, as coisas dantes não eram tão efêmeras, tão
portáteis e os presentes de casamento, como uma baixela, passava de mãe para
filha e, às vezes, à neta.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">As coisas valiam e,
por consequência, as palavras também. Não precisava de muita folha para dizer o
que se pensava, nem carimbo de ninguém.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O carro do vovô de
antigamente, quando o tinha, era cuidado, bem cuidado, e o motor limpo e macio.
Ao entrar sentia-se o cheiro de automóvel e do esmero. Qual é o cheiro de
automóvel? Ninguém sabe. Antes tudo tinha cheiro, as coisas eram cheiradas, o
café cheirava, dava tempo. Coisas boas e ruins tinham cheiro, até gente tinha
cheiro de gente, não de perfume.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O mundo era mais
simples, sem teclas e atalhos que dão bem mais trabalho e horas em frente da
telinha piscante, você não vê, mas ela pisca. Os atalhos eram caminhos no meio
da mata ou brejo e de muitos atrativos, encompridavam o tempo. Ah, existia a
ideia de lugar, de onde voltar, um sagrado de vivências próprias, que ninguém
pode comprar, mesmo que fosse de aluguel ou de favor. Existia o tempo, as
estações. As expectativas eram de meses, preparando-se, assuntadas e únicas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">A ideia da casa
quase desapareceu, a de minha casa, de almoçar lá, come-se na rua, bebe-se para
esquecer e dorme-se ao lado de uma piscina coaxando como sapo. Voltar para
casa? Ou para si mesmo? Mora-se mais em apartamentos, no corredor tal onde a
luz acende e apaga, lá nunca tem ninguém, mais se passeia, é uma casa
dormitório, come-se em alguma esquina, quando volta, viaja, põe a família no
facebook e vai embora.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Todavia, hoje acho
engodo à forma de pensar nesta figura mítica do velho. A forma ingênua do vovô,
da vovó, como se fossem familiares. Essas ideias vêm carreadas pela da bom
velhinho e boa vovó, provedores de coisas saborosas, brinquedos e do centro
familiar, da mesa ou do chão onde construímos o nosso pequenino mundo, mas
crescemos.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O vovô de hoje anda
de moto, tem personal trainer, faz implante de cabelo e enxertos, pinta-se para
ficar eternamente jovem, a idade não o faz arcar, tem excelente dentição falsa,
pratica esportes radicais e, muitas vezes, está acompanhado de sua namorada que
tem a idade da neta e ele sabe diferenciar. São, por vezes, problemas à família
de tradição e de bons costumes, dando dor de cabeça aos filhos caretas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Como disse antes,
fui perguntar aos jovens sobre os velhos. Um me respondeu assim.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Que foi, vovô, o
que quer?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">É, talvez já tenha
idade... e eles veem os avós de outra forma que nós. Somos os antepassados
deles agora, mas estaremos à altura de suas memórias, de seu tempo?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Creio que há em nós um tempo que não se exaure;
pois ainda vejo o tempo preso nos bigodes do meu avô e o meu já vai em decurso,
quase a avô.</span></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-86161977162266052322013-10-12T08:35:00.000-03:002013-10-12T08:35:12.168-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
A gente tinha uma certa revolta quanto a não ter os brinquedos, roupas e cuidados que os filhos únicos ou de outras famílias da cidade, mas tínhamos um quintal inteiro para a gente se sujar e algum carinho dos adultos, éramos bonitinhos, até que éramos, olhem esta foto abaixo, desse menino de cara feia, não se assuste, sou eu controlando a minha raiva de infância, que saía no primeiro xixi e de quando nos convidavam a brincar de bola ou pega-pega. Eu só queria brincar um pouco, acho. Meu pai, mais bravo que eu, entendia isso. "Vão, vão, acabem de fazer o serviço aqui e vão brincá"</div>
<div style="text-align: justify;">
Blogueiro Rrrrr</div>
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Lar pobre</span> <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-kpmJX93SIZI/Ulkx-nrcHpI/AAAAAAAABVY/yBkQ3VoD_e4/s1600/camilo+68.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-kpmJX93SIZI/Ulkx-nrcHpI/AAAAAAAABVY/yBkQ3VoD_e4/s320/camilo+68.jpg" width="212" /></a></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">As cortinas, vê-se ao sentar nas cadeiras de
assento duro, são brancas, velhas, puídas e lavadas, e cobrem um tempo
memorável, talvez muitos não gostem, eu as conheço.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O sofá recostado na parede espreguiça de um
tempo em que meu pai sentava para ver o Palmeiras na TV. As sombras que o vento
balança a cortina traz um pouco da silhueta antiga e eu mesmo estou lá sentado
no fundo da poltrona vendo algum seriado. Fora os sons de uma casa de subúrbio,
com pássaros e carros, de fora. Lembro quando lá mudamos, vim com meu caminhão
cor de vinho que não me desgarrava. Muito tempo passou e todos foram indo
embora e eu fiquei. Fiquei para fechar a porta à noite de muitas luas e abrir
ao dia de muitos Sóis.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">No quarto repousa um velho guarda-roupa feito de
encomenda pelo meu pai, na cabeceira da cama que não mais existe repousa os
retratos de casamento e dos meus avós, um terço norteia a parede velha e com
furos no reboco. De lá me lembro, de lá estou muitas vezes em meu devir, lá
dormia meu pai e acordam minhas lembranças. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Na copa o relógio das horas contínuas parou, os
ponteiros insistiram em não mais voltear o tempo, o tempo parou, pai, às 10:15
horas de seis meses atrás. Você sabia que eu ia escrever, sempre escrevo, antes
talvez se constrangesse, mas agora sabe que escrevo. Mas lá não tem mais
relógio não, as horas passam aleatórias e podem ser marcadas na eternidade ou
desmarcadas a qualquer hora. O tempo fez isso com a gente, e tanto culto
fizemos a esse marcador esquisito que achamos que abria o dia e fechava a
noite. Não agora, não mais. O tempo pode correr, eu vou devagar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Acima, no telhado, algumas goteiras furtivas. Ainda
têm. Arrumei muitas vezes, subindo eu mesmo lá e como o tempo, iam pelos vãos
dos dedos, pelos interstícios da matéria, pelos vazios da existência; vazio
não, preenchido pelas goteiras, aliás, um texto igual a que faço é também uma
goteira. Não tem mais arrumação, a vida se escoa. Que escoar, escoe para outra
vida, mas qual? Escoa assim mesmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;">Nesses dias tive de dormir no mesmo quarto de meu
pai, recostei-me e fiquei, estranho. Comecei a ouvir os sons que ouvia. Sua cama
era ao lado de uma janela de um jardim cimentado e o eco trazia muitos sons que
ouvira, aos meus ouvidos, ouvindo. Deixei o eco findar-se longe e num sono
apaguei na paz do leito de meu pai.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-32279577745898142982013-10-05T17:43:00.003-03:002013-10-05T17:43:45.369-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ALk6YPkBF1w/UlB5RZunfNI/AAAAAAAABVM/6a4DtmHaSok/s1600/kafka+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://4.bp.blogspot.com/-ALk6YPkBF1w/UlB5RZunfNI/AAAAAAAABVM/6a4DtmHaSok/s320/kafka+1.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #741b47;">As mortes de Josef
K.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">(Ao aparecerem as
angústias, interrompam a leitura)</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Inicio aqui:</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Chegou cansado à quitinete,
a vizinha o viu do corredor e ele apagou a luz terminal, então a escuridão
escondeu qualquer presença humana. A janela que abria ao sol da manhã fora
fechada por outro edifício no boom imobiliário, via outra janela e a mesma
solidão. Abaixo o chão que se espremia nos ventos canalizados, </span></span></span><span style="color: #741b47;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">marginalizados
por condicionadores gelados e roncadores esborrifando água fora. </span></span></span><span style="color: #741b47;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O sol não
chega, a chuva inunda e vê-se a sombra de Josef K. Somente a sombra.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Se saísse? No dia
anterior percebeu dois senhores o seguindo, não eram ladrões, mas lhes tiraram
o sossego diminuto entre ansiedades do moço na privacidade obcecada. Ademais,
suas contas estavam vencendo e o seguro-desemprego estava vencendo no quarto
mês, sob a mesinha o quarto-sala da quitinete, sob uma pedra.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Estes mesmos
senhores que subiram ao seu andar com crachás informando do atraso do
condomínio, que então estava livre para sair, mas pagava para ficar – morava
sob grades e olhares do porteiro que matava palavras cruzadas, conhecera os
cobradores da primeira vez, solícitos, mas que endureciam o cenho pela falta do
pagamento, ora fingiam benevolência, ora um, ora outro e, sob vistas dos
cobradores, até o comer lhe era luxo.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Os impostos se
avolumaram sobre a mesinha vazia, era um devedor inscrito, um devedor da
sociedade sem vizinhos. No socavão entre os quartos desciam urubus e algumas
vassouras em toco, invisíveis, de uma bruxa inexistente aos olhos de adulto que
não viveu a infância. Local inóspito, úmido e frio, isolava gritos aflitos ou
queixumes retidos de Josef K. que já não falava e de pensar muito desistia,
como a se ver como um caule ressequido esperando algum animal que o devorasse,
mas não, somente ressequia.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Num dia um vento de
chuva abriu seu diário e destelhou as folhas velhas de sua vida para o socavão,
tão efêmeras, fugidias e sem sentido. Sobraram-lhe os impostos que não
conseguia saldar, sem metáforas, onde o divino poderia habitar o desumano de
K., que abriu os braços antes de pular.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Não continua não. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
</span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-80163645900973211032013-09-30T09:09:00.004-03:002013-09-30T09:09:47.195-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Se vc não comentar vai para o inferno.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Blogueiro beatificado</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #990000; font-size: large;">Católico</span></div>
<span style="font-size: large;"><div style="text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-p3l1y5FFDTA/Uklo1f0JiqI/AAAAAAAABU4/8nyUmMxUgp0/s1600/anjos.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="239" src="http://4.bp.blogspot.com/-p3l1y5FFDTA/Uklo1f0JiqI/AAAAAAAABU4/8nyUmMxUgp0/s320/anjos.jpg" width="320" /></a></div>
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Já me disseram que para católico não sirvo. Logo após sair do seminário religioso as pessoas vinham perguntar sobre religião e sobre o evangelho e muitas se escandalizavam e alguns me acusavam de tirar a fé dos outros. Prefiro me confessar ateu, um ateu contrariado para não escandalizar ninguém. Assim ninguém precisa dar bola para o que eu penso, ou estão a refletir sobre minha espiritualidade. <br />Talvez seja um crente frustrado, depois de ler a Bíblia e ver tantas questões expostas às vísceras, sei que a salvação não é questão de mera concepção intelectual. Saúdo a todas as profissões de fé, inclusive a do ateu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"> </span></div>
<span style="color: magenta;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</span></div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-67096215103258532412013-09-27T07:13:00.003-03:002013-09-27T07:13:56.891-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Visite os jardins<br />O óbvio não atrai nem o real parece verdadeiro, mas o mundo real tem dinâmica própria que foge ao controle dos mentais e dos ególatras. O mundo é maravilhoso, há muito que não foi visto porque foge ao crivo pré-estabelecido pela consciência pueril da massa falida que crê somente no explicável por alguém importante. Visite os jardins de onde nascemos, os mentais e ególatras também vieram de lá.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Ztof18dJRwQ/UkVaM0FMSrI/AAAAAAAABUY/1muokYE1FLg/s1600/casa+da+madrinha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://4.bp.blogspot.com/-Ztof18dJRwQ/UkVaM0FMSrI/AAAAAAAABUY/1muokYE1FLg/s320/casa+da+madrinha.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-43779744597684085432013-09-14T07:31:00.001-03:002013-09-14T07:31:33.512-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">Amigos, uma boa semana a todos e a todas. Espero que apreciem. Estão aparecendo muitos spam e não estou sabendo como tirar. Eta vida de internauta!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">Abç</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">Blogueiro insistente</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-pyJyY3Ht1UA/UjQ60G4mt-I/AAAAAAAABUI/jyo7EHSC5VQ/s1600/linha+cruzada.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #660000;"><img border="0" height="231" src="http://3.bp.blogspot.com/-pyJyY3Ht1UA/UjQ60G4mt-I/AAAAAAAABUI/jyo7EHSC5VQ/s320/linha+cruzada.jpg" width="320" /></span></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 16pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #660000;">Linha cruzada <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ia abortar e o
futuro pai a incentivava a isso, mas escreveu carta ao papa Francisco, ao
Vaticano, numa esperança, talvez... Por certo um assessor a leria. A resposta
seria difícil ao ocupadíssimo pastor de milhões de almas. Para espanto geral o
próprio papa telefonou para a futura mamãe. Aliás, talvez muitos padres não
batizariam uma criança sem cursinho regular ou sem padrinho, mas o papa vai batizar
e ainda será o padrinho do futuro bebê, demonstrando que o sacramento não só
imprime caráter de pertença à grei, mas dá esperança cristã. Por fim, conforme
notícia, ela dará o nome de Francisco ao menino. É menino! <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ora, é de se
imaginar. Então imagine-se que de repente toca o seu telefone, é o papa!? Pois
ele não é de muita cerimônia. Retornou entre outros, à jovem italiana a qual
citei acima, ao seu jornaleiro argentino, para cancelar o envio de jornais por
se mudar de endereço, falou direto do Vaticano. Tudo via te-le-fo-ne. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">Se usa aquele
aparelho vermelho antigo ou se porta algum celular no bolso da batina não sei, certo
é que fala por lonjuras, numa cruzada da fé universal. E o seu twiter então!
Direto ligado. Dizem que são dois papas, mas ninguém ajuda Bergoglio, mesmo em
celebração suas mensagens estão indo. Se o vir falar sozinho não é com Deus,
pode ser com alguém mui distante. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">Imagine-se ainda cá nas
minhas ideias, e se estivesse do outro lado da linha uma jovem casadoira e
atiçada? Uma ovelha desgarrada. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- É o senhor memo,
papa?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Sim, minha jovem?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Papa, acho que
engravidei e sou solteira.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Meu Deus, mas é menino
ou menina?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Menino, tá até
chutando, bom jogador pra seleção argentina.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- ... brasileira,
filha. Não importa, crie seu filho como cristão.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Cristão? Batizá! Como?
Sô mãe soltera, sabe? Padre nenhum vai querê batizá.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Não importa, eu
batizo. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Mai sem cursinho,
sem padrinho?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Eu serei o padrinho
dele, vá bene? <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">-... O senhor vai batizá
ele aí no Vaticano? Então vô registrá o nome dele de Francisco, seu papa; mas já
que o senhor é bão, eu queria casá tamém...<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- CASÁ!!!???<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-size: 13pt;"><span style="font-family: Calibri;">- É... se o sinhor
pudesse arrumá um italiano...rico...<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #660000;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">- Ara, vá falá com Santantônio!</span></span></div>
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-4266475118827809522013-09-07T11:00:00.000-03:002013-09-07T11:00:11.683-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">Grato aos amigos(as) que leem minhas breves palavras, mas nesta postagem percorram até o fim do texto, porque lá no fim, estará o fim e a conclusão. Abç</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">Blogueiro operado </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-sMf8W6kGhjI/UiswGKfhnEI/AAAAAAAABTw/KXPkche3YLo/s1600/cirurgia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #e06666;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-sMf8W6kGhjI/UiswGKfhnEI/AAAAAAAABTw/KXPkche3YLo/s320/cirurgia.jpg" width="228" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #e06666; font-size: large;">O Dr. Luís
P. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De
família. Sim, o nariz era. Alongado, uma marca própria de berço, mas a apneia
não o deixava dormir. Passando de carro por uma esquina viu uma clínica de
otorrinolaringologia, na placa o registro e o nome do profissional Dr. Luis P.
Que alívio! A especialidade médica que ia cuidar de seu problema. Ia dizer à
mulher que podia dormir sossegada nos mesmos lençóis que comprou para ele. A
mulher tinha insistido há muito com ele, mas o medo de injeções e de
pós-operatórios o impediam, tinha pavor de sangue e desmaiava ao ver, mesmo que
na TV. “Pra que um narizão, se num serve pra nada”, a esposa disparava. Mas
aquela placa com nuvens brancas e um céu de azul sereno seria a alternativa:
“Resolvemos seu problema e sua esposa vai adorar. Visite-nos”. Ele ia ter de
entrar por aquele corredor de gerânios limitado somente pelo portãozinho da
altura de um pulo e passar pela porta de madeira e marcar sua consulta. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
médico foi dizendo “é praticamente indolor, viu. O senhor não vai sentir nada,
nem a anestesia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Anestesia,
doutor!...Incomodou-se um pouco pela agulha. Dr. Luis continuou: Claro, uma
agulha fininha, bem pequena, hipodérmica. Hipodérmica?! O paciente não
entendeu, mas pareceu algo revolucionário à sua sensibilidade cutânea. Sempre
usava esses termos de propósito, para demonstrar sua autoridade médica.
Continuou o profissional: “...e quando acordar seu problema já era,
completamente indolor, meu amigo, sem incômodo, o senhor volta andando pra
casa, fazemos aqui mesmo na clínica. Vê! Nada de infecção hospitalar ou
transtornos com colegas de quarto e aquelas visitas de família, entende. Não
confia em mim?!” O cliente olhou em volta e a sala de tom verde claro como uma
aguinha mansa lhe deu tranquilidade e os móveis quase lembrava a sua casa. A
extensão daquela clínica era um ambiente quase doméstico e só faltava um gato
andando pelo tapete e escondendo-se atrás dos sofás. Empenhou sua confiança e
seus créditos a ele, o Dr. P.! Pê de quê? Faltaria à polidez se perguntasse,
depois daquele colóquio amistoso. Conhecia o homem, porque saber o nome!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Luis
P. era simpático, confiante, convincente e dono de um nariz não menor que o
seu, apesar de ser de outra família. Mas não pôs na placa o sobrenome. Os
amigos que o conheciam socialmente, não de cirurgia, não desabonaram o Dr.
Luis, era muito bom. Quis desistir no último momento – sonhava com o Dr. P.
aplicando uma injeção rombuda e batendo nas coxas da secretaria a dizer rindo
que mandou mais um para a funerária; mas a esposa lhe deu um ultimato - ou
opera ou separa. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No
dia marcado estava lá. O médico chegou e o anestesista também. Despiu-se, tirou
óculos, aliança, a medalhinha de São Jorge e pôs o roupão. Relutava ainda em
aceitar, ia como um condenado. Deitou na maca branca e o anestesista lhe enfiou
a injeção, ui. O médico de branco e com máscara à sua cabeceira esperava a
dormência, plácido como um biólogo. Os aparelhos cirúrgicos ao lado, metais
frios e duros, fórceps esquisitos, o bisturi afiadíssimo, pinças e outros com
aquele cheiro típico da porta do além.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Não vai doer, né, Doutor? </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;">- Não. Já menti para você?!...Ia já relaxando, mas
a secretária abriu a porta e gritou:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;">- Dr. Pinóquio?</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666;">
<span style="font-family: Calibri;">E ele de um salto gritou:</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #e06666; font-family: Calibri;">-!!!Pinóó...? Ah...o PÊêê... – e dormiu no colo do anestesista.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-3qwBxv9GC5k/UiswR_2iimI/AAAAAAAABT8/vab0SaK4Jo4/s1600/cirurgia+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #e06666;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-3qwBxv9GC5k/UiswR_2iimI/AAAAAAAABT8/vab0SaK4Jo4/s320/cirurgia+1.jpg" width="319" /></span></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #e06666;">O cronista, que assim se nomeia, é autor de Crises do filho do meio e outros. Abç</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-31913224076273964262013-08-31T08:18:00.002-03:002013-08-31T08:18:42.424-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">Amigos, aproveitei esta crônica para falar de um tema polêmico e que muitos falam sem conhecimento. A finalidade da crônica não é dar conhecimento de nada, mas que não nos tornemos mais desumanos que já somos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">Blogueiro impaciente</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-onV433YK8as/UiHPifGWOpI/AAAAAAAABTg/afwBk5YkUL0/s1600/medico+cubano.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #cc0000;"><img border="0" height="213" src="http://3.bp.blogspot.com/-onV433YK8as/UiHPifGWOpI/AAAAAAAABTg/afwBk5YkUL0/s320/medico+cubano.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">
</span></span><span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #cc0000;">O médico cubano <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Naquelas redondezas
nunca houvera médicos. Os nascimentos eram com as parteiras, as doenças
curavam-se com chás e o óbito, sim, o limite próprio da existência na última
morada. </span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Disseram da “importação”
de médicos cubanos para regiões distantes, aonde médico brasileiro não quer
sujar seu jaleco branco. Importação, como se fossem produtos. De férias
naquelas paragens vi um. De óculos grossos e feições a lembrar o senhor Barriga
do seriado Chaves. Pronto, o socorro de minhas viroses, gripes encubadas e...
aatchin (espirros constantes), pior que tosse, evoluíra para o espalha-vírus, estes
terríveis incidentes sociais, dos quais a pessoa amada logo manda você colocar
a mão na boca, e diz que horror para as paredes. Talvez eu tivesse cura para
esse vexame, aliás, atire a primeira pedra quem consegue segurar um espirro,
nem o Barbosa consegue – acho que foi assim que aprendi a falar, aaaaatchinnn,
espirrando sílabas. </span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Lá no P.S. Aguardei
numa pequena fila e depois fiquei sabendo que nela estavam todos doentes da
cidade, cujo nome não me lembro e cuja entrada era pela rua de saída. O médico
falava um portubano e de rosto afável de gorducho. Quase me veio uma chacota
para fazer dele e ele percebeu, riu antes. </span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Pude observar da
maca, como paciente da vez, que um cão nos olhava. Ora, ele deixava seu animal
ali sem coleira pela ala médica, a transmitir alergias o peludo. Sim, um cão
todo desgrenhado, malhadinho e feio, que brinca nos açudes e pelas caatingas
poeirentas, a me vigiar com seus pelos eriçados. </span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Fazia o médico seu
diagnóstico num silêncio abissal que eu podia ouvir as batidas do meu coração,
tuc-tuc, tutuctuc; tudo bem, confundi algumas destas batidinhas com as do rabo
do cachorro na cadeira. E ainda deu outros tuc-tuc no meu costado, nos pulmões. </span></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Sentamos à mesa de
receitar. Ele franzia a testa, mas sereno. O cachorro deitou ao meu lado com a
língua de fora. Agora só faltava a foto do Fidel Castro na parede, a ditador, e
a assinatura do senhor Barriga na receita... uns dois sapos em jejum por dia, um
já engolira. Comunista safado, haveria de se pensar, vendo-o rabiscar
delgadamente o papel brasileiro, com o mesmo jaleco que vi na tevê. E por fim
disse: </span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"></span><span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #cc0000;">- O señor non vai
tomá nada.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Nada?! Aproveitei a
deixa e ia enfiar meu bom português nos seus ouvidos, mas gaguejei.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Esse cachorro é
seu?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Non, esse é o
Chiquinho, num lembra?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ah, o cachorro sem
dono que visitou o papa argentino. Papa argentino, médico cubano, computador
paraguaio, lanche americano, espionagem americana de e-mail e da rede social (talvez
eles estejam lendo isso)...<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- E a receita?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Quê receita? O
señor vai se consultar com Fono.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Fono! E a virose?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">- Virose! O senhor
tem problema de comunicação, fala cuspindo.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Saí de lá e depois
da Fono a virose sarou ou se acomodou no fundo da caixa de </span><a href="http://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a><span style="font-family: Calibri;">remédios
alopáticos. Eu não tinha nada, somente uma doença crônica, a de escrever. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #cc0000;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">*O cronista é autor de Crises do filho do meio, se não tiver a obra, pode-se adquirir pelo <a href="mailto:quartarollo.camilo@gmail.com">quartarollo.camilo@gmail.com</a></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"></span><span style="color: #cc0000;"> </span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-37322693919350685702013-08-24T07:18:00.002-03:002013-08-24T07:18:37.643-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-RWhby1abccA/UhiII-kY6fI/AAAAAAAABTQ/D7aFb6uess8/s1600/androide.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-RWhby1abccA/UhiII-kY6fI/AAAAAAAABTQ/D7aFb6uess8/s320/androide.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sou ninguém? <br />Ah, sou sim, tenho uma conta no facebook, no Orkut, no google e um blog <a href="http://www.camilocronicas.blogspot.com/">www.camilocronicas.blogspot.com</a> e minhas dívidas nas casas Bahia. Sou um consumidor e quando a coisa aperta faço algumas orações a Santo Expedito e outros santos do corolário popular. Então sou um cidadão ajustado, pleno de minhas capacidades civis, inclusive de pagar parte do meu salário para o leão, que depois devolve mastigado. Sou votante de dois em dois anos, faço aniversário a cada ano, não tenho medo de escuro, mas tenho depressão noturna, à noite! Para dormir tenho que ver TV, qualquer programa, porque me lembra que sou consumidor, o que me tira o complexo de culpa de gastar meus talentos com tantas porcarias. Vou à praia sim. Por que gosto? Não, é que no meio de gente pelada me sinto normal, livre, solto, ainda que com duas camadas grossas de protetor solar 70. <br />Supersticioso? Ah, sou, acredito em coisas invisíveis. Em política por exemplo.<br />Literatura? Sou cognominado de escritor. Olha um versinho idiota meu.<br />Literadura, como esculpir na pedra dura que é a vida, fria, pré-histórica, e quando vai constituir-se em imagem esfarela - ferramentas adequadas? As mãos que junta o pó e molda com as lágrimas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Só espero que você tenha conseguido ler este mínimo de caracteres aqui lançado.</div>
<div style="text-align: justify;">
O blogueiro em pauta</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda, é chato mesmo, mas sou autor de As ciladas do androide. Sabe quem é ele? Então acesse-me e faça seu pedido.</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-10391033883149791662013-08-17T20:02:00.001-03:002013-08-17T20:02:42.861-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Amigos, amigas, você tem dinheiro no banco ou pendrive na bolsa, cuide-se; mas veja como o caipira se virou nessa. Soube hoje que alguém aficionado por pertences estranhos lançou mão da bolsa da apresentadora da Educativa nas letras, Lucilla, mas que pede somente a devolução de seu pendrive dos arquivos dos programas gravados, cuja memória está toda lá, nos dedos de alguém indigitado(a) - e ameaçamos, se não devolver dentro de vinte e quatro anos, vamos fazer programas muito melhores ainda, cujas ideias poderão serem retiradas pelo ouvinte em sua própria casa, em formas de metáforas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Observe-se, o Mindlin não está me lendo não.</div>
O blogueiro ouvinte literário<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-1yAC0hXe4-A/UhAAzKyDKxI/AAAAAAAABTA/6hCSPDWEcEo/s1600/Jos%C3%A9+Mindlin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-1yAC0hXe4-A/UhAAzKyDKxI/AAAAAAAABTA/6hCSPDWEcEo/s1600/Jos%C3%A9+Mindlin.jpg" /></a></div>
<span><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"> O banco<o:p></o:p></span></span></span><br />
<span style="font-size: large;">
</span><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 14pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="font-size: 12pt;">Essa
é do meu avô, mas estou registrando agora. É a de um banco na conversa de dois
caipiras. Antigamente, os imigrantes vinham para aqui “fazer a América” e retornar
depois, para isso guardavam dinheiro no colchão, escondiam sob a terra, fingiam
pobreza, mas os bancos não eram comuns como hoje. Ao dinheiro de meu avô nunca
vi, sempre tão minguado. Fato é que escondiam até das esposas, mas dos netos
não, mas essa é outra história.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vovô gostava de contar de suas
histórias e de ouvintes despertos. Repetia sempre, acho que foi aí que comecei a
aumentar um pouco e mudar desfechos, situá-las em lugares da minha infância
como essa em Paudalhinho, Piracicaba-SP. Se meu avô fosse meu neto, poderia
contá-las diferente e com a mesma paciência de quando tirava os sapatos e
sentava-se de meias para pronunciar fatos inusitados de reis, príncipes, magos,
bruxas, etc. e aí se não “acreditássemos”... – essas histórias têm uma verdade
própria e são universais (hoje eu sei).<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sentemo-nos. Eram dois caipiras
compadres e dois tocos, uma viola ao lado, um fogãozinho de fumaça teimosa e
uns assuntos que iam num zunzum de mosca perdida, natural, à vontade de “dizê”,
prosa curta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pois é. Lá no sertão parece
que o tempo parou num universo paralelo. O caipira contou ao compadre que
guardou o seu dinheiro no banco, o anfitrião tirou o cigarro da boca, olhou
para ver se a mulher não estava ouvindo e confessou:</span></span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"> -
O meu tamém, ara! Guardei no banco viu! – ao que o outro emendou:<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">-
Intão, fiquemo sem, porque robaro o banco noite passada memo, sabia?<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">O
caipira dono da casa, sem voltar o cigarro à boca, espiou de novo a mulher e
relaxou os olhos, porque a mulher estava sentada em cima do seu banco.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: 12pt;">- Ãh. Essa bandidage. É memo, compadre!
Robaro intão...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></span><br />
E.T: O autor blogueiro persistente e escritor contumaz é autor de Crises do filho do meio.</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-71043970238442277742013-08-10T08:47:00.000-03:002013-08-10T08:47:07.185-03:00I N V I S Í V E I S s s s <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Amigos, grato aos acessos a este singelo blog de crônicas da vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Nada melhor para um escritor que frequentar o teatro e ver o espetáculo de fora para dentro e de dentro para fora, da coxia e da plateia; mas quando se está no meio de Invisíveis a coisa muda, você os vê de qualquer ângulo, em círculos e a cabeça roda na relatividade do momento do Multiverso que é a nossa existência fugaz e sem persona que a TV e outros vão pegando da gente, nós também somos nós, embora invisíveis, ara.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #4c1130;">Texto-r<i style="mso-bidi-font-style: normal;">eflexão sobre a peça teatral “Os
Invisíveis”, do grupo Salve! de São Pedro-SP</i></span></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-fuBe4uGHq2Q/UgYnfPSkmMI/AAAAAAAABSw/z8JDbftj2M8/s1600/sob+gruta.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #4c1130;"><img border="0" height="320" src="http://4.bp.blogspot.com/-fuBe4uGHq2Q/UgYnfPSkmMI/AAAAAAAABSw/z8JDbftj2M8/s320/sob+gruta.jpg" width="213" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 14pt;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Invisibilidade <o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Os invisíveis. Se não
pode vê-los, quem são?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Quer ser invisível?
Tem formulação individual, pegue com seu profissional. Leia o rótulo antes, e,
ao persistirem os sintomas... <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Eles podem estar
entre as camadas, nas linhas divisórias do status social e econômico, os que
ficam abaixo da sua linha não são visíveis. Por quê? Estão fora do modelo, do
tipo de roupa que você veste, do linguajar que você tem, dos valores que você
adquiriu, dos costumes seus e do protocolo, mano. E vê-los seria regredir,
rebaixar. E lutamos tanto para subir, não é mesmo? E os que estão acima da
linha? É para eles que temos de olhar, certo?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Comecei como
estagiário e agora já estou numa mesa, minha, tenho algumas mordomias já e meu
salário já dá para fazer uma imagem para minha mina. Ah, meu pai que me colocou
aqui, disse que tinha de começar por baixo, ia sofrer e depois galgar como ele,
ter família e tudo mais. Ainda vou ser como ele, como ele não, melhor. Ainda
vou ser chefe dessa porra. Não sou egoísta. Os outros? Que briguem que nem eu.
Competição, meu amigo.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Depois de um tempo,
do sucesso almejado, nos pegamos a fazer caridade, afinal, temos de tirar essa
gente a quem “o governo não olha” da linha da pobreza, mas eles não ajudam,
estou cansado de dar esmola, o nego prefere tênis e droga que uma ajuda. Disse
o rapaz da ajuda aos necessitados, da igreja, que a gente tem de ir de roupa
velha levar as coisas para os pobres. Eu, hein, vou regredir agora, meu! A não
ser que apareça na TV pelos meus quinze minutos de fama e depois vão saber que
eu estou “só ajudando”, sabe.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Tô nessa de
sociologia não, tô mais querendo progredir, ser alguém na vida. Quero curtir,
que daqui a pouco bato as botas. Educação? Eu, hein. Esses caras fugiram da
escola, não querem nem saber de estudar, falam errado, nóis vai, nóis vorta. Eu
fiz cursinho de português, mano, para entrar na repartição, falo inglês. Ah,
penso, em português, claro, mas falo a língua do tio Sam dá status, currículo.
Gíria? Não sou povão, não, cara. Votar? Voto em quem me dá algum, no amigo de
meu pai, ele me deu uma bolsa... cheia de dinheiro, uuu.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Ah, tô saindo com
uma mina da hora, ela tem uns amigos gay, mas tudo bem, ela tá comigo e é
linda, levo-a aos jantares da firma e tudo mais, mas se enche o saco meto-lhe o
pé na b.... a minha “imagem” mano!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Machista, eu? Sou um
cara resolvido. Re-sol-vi-do.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">Amigo, se conseguiu
chegar até aqui neste texto e gostou desta AUTOIMAGEM, você já é invisível e
não se deu conta, e faz tanto tempo que não o vejo. Vejo um efeito de óptica,
de espelhos reluzentes, de cores, de imagem do facebook. Cadê você?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Calibri;">“Vim a este mundo
exercer um juízo: a de que os cegos vejam e o de que aqueles que dizem ver
fiquem cegos” (Jesus de Nazaré)<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: #4c1130;">
<span style="font-family: "Kunstler Script"; font-size: 20pt;">O
amigo invisível<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="color: #4c1130;">
</span></div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-81931996762159990812013-08-04T07:02:00.001-03:002013-08-04T07:02:23.236-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<em><span style="color: #741b47; font-size: x-small;">Bom dia, amigos e amigas do blog. Agradeço o acesso e se quiser deixe seu comentário. Abç</span></em><br />
<em><span style="color: #741b47; font-size: x-small;">O blogueiro escritor</span></em><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-FGbvBiJ8pCM/Uf4mEXOxtWI/AAAAAAAABSY/lNPDKBocCNo/s1600/escritor.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #741b47;"><img border="0" height="320" src="http://1.bp.blogspot.com/-FGbvBiJ8pCM/Uf4mEXOxtWI/AAAAAAAABSY/lNPDKBocCNo/s320/escritor.jpg" width="208" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="color: #741b47;">Dia do escritor<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"><span style="font-size: large;">
</span><span style="font-family: Calibri;">Tem um dia dele. Ora, quem é o escritor, essa
personalidade, de muitas descritas nas obras de imaginários seres? Pode ser o
seu vizinho! Você sabia que muita gente gostaria de escrever um livro, mas não
tem as condições econômicas, tempo ou não conhece meios para tal, mas suas
histórias renderiam muito pano para manga. Assunto é o que não falta. Quando
passar por duas mulheres varrendo a calçada repare. Depois das novelas, dos
filhos, dos problemas, vai surgindo a intimidade e vêm as histórias – somente
cuide para que elas não o enxote com a vassoura.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">É assim que surgem as personagens, de alguma
intimidade, de alguma coragem em se expor. O escritor é também um leitor que
trai. Conta os segredos da nossa intimidade, mas de um jeito próprio dele, e
conta, muitas vezes, em seus personagens coisas que nossa hipocrisia esconde ou
realça qualidades que nem pensávamos existir.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #741b47;">Há por aí excelentes frases de efeito que por vezes
dá vontade de roubar, mas há algumas que surgem sintéticas num texto como que
caídas do céu. Um primo dizia-me que sua esposa tinha enxaquecas tão fortes que
o sofá em que se sentava girava junto com ela – usava uma figura de linguagem,
superdimensionando o fato da dor que sentia deveras e explicitava sua
preocupação. O problema das frases orais, bem encenadas e sarristas é que na
conversa é perceptível pelos gestos, entonação da voz, porém no texto escrito
depende de um bom entorno para o chiste, as voltas do cerca-lourenço de um
contador de anedotas. (piada comprida). Enfim, acho que a escrita deve expressar
a oralidade com sua força, o que não faz sem o contexto, o envolvimento das
personagens e pontuação. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Para mim o bom escritor tem de descer ao leitor,
usar suas expressões e pontos de vistas para dialogar, sem deixar o objetivo do
tema e seu argumento; se bem, que muitas vezes, o texto, conforme vamos
escrevemos nos dá outros entendimentos e talvez o leitor pense que fluiu do
jeito que foi publicado, na maioria das vezes não.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Um texto muitas vezes é feito por primeiro a
conclusão, o final, e depois o início.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Um livro de contos ou de romance pode começar com
um texto e ganhar corpo, músculos, sutilezas e, personagens, que o escritor nem
sonhava em inserir, mas a trama pede; mesmo que o escritor organizado tenha
delineado o seu roteiro. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: Calibri;">Se ainda não puder escrever livros, escreva algum texto
para jornal, escolha temas da sua profissão ou os atuais e comemorativos como o
dia do escritor, por exemplo. Corrija deixando com o mínimo de erros
ortográficos, ninguém é perfeito, e mande para o site ou e-mail do seu jornal;
mais cedo ou mais tarde vai se assustar com o seu nome sob o texto “seu”,
duvido de que não vai se sentir assombrado com tantos olhos lendo. Sim, você
também é imortal!</span></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-88603694686570846512013-07-27T10:23:00.000-03:002013-07-27T10:23:07.621-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Amigos, grato a todos pelo acesso a este blog. Espero que curtam mais este texto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Blogueiro</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-AeeYgBmhTzo/UfPJljWmneI/AAAAAAAABSI/SGiZLTfdjIM/s1600/granizo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/-AeeYgBmhTzo/UfPJljWmneI/AAAAAAAABSI/SGiZLTfdjIM/s320/granizo.jpg" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="color: #741b47;">Incidente em
Piracicaba<o:p></o:p></span></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;"><span style="font-size: large;">
</span><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Tarde domingueira,
morna, uma leve queda de temperatura, uns ventinhos manhosos, esfriando, o sol
zombeteiro e por fim veio dez minutos de saraivadas de granizos e vento forte
como látegos, rodopiando, arredios, levando tudo aos ares. Dez minutos somente.
O cenário era de árvores arrancadas com raiz e galhos contorcidos em gritos
mudos, fios caídos pulando como peixes elétricos e todos curtiram nos celulares
como vagalumes na repentina escuridão.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Saí ver pelas ruas
escuras com sirenes de bombeiros e de carros sem seguro contra eventos naturais
ou sobrenaturais, vozes e gritos nas calçadas, enquanto algumas velas nas casas
da cidade era o espectro dos casebres, num breu total fora em piscar de
celulares ou faroletes improvisados. Nos aglomerados todos queriam contar a sua
desgraça. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">A luz apagou, a TV
interrompeu-se, desprogramando os seus telespectadores. O mundo parou.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Fora, meia-noite, ainda
uma lua prateada que embevecia o céu, sem nenhum olhar, isso não é notícia. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Não soube de nenhum
óbito, mas ao avistar o posto de bombeiros vi ao lado o muro do cemitério caído.
Meu Deus! Uma ideia me passou como um relâmpago. Os mortos fugindo, um a um
aproveitou o inusitado e saltaram fora. A garoa fina beliscava meu para-brisa e
aquela gritaria de mortos pela avenida. Quase atropelei um que voltou pegar o
buquê do caixão, morto novo ainda. Liguei para alguns amigos para avisar e,
realmente, os mortos estavam retornando às casas deles. De nada adiantavam os
grossos cadeados do enorme portal, o coveiro ainda tentava cercar alguns, mas desistiu
e os deixou além.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Liguei para o Miguelzinho,
esse não deixava do celular nunca e disse-me “estou saindo”. Não, cuidado, Miguelzinho,
não saia - disse-lhe - está um pandemônio na rua, tudo caído, caiu até o muro
do cemitério, imagine. Ele retornou dizendo “eu sei, estou saindo já”. Saindo da
onde? “Desse caixão feio, ara!” Ele havia sofrido um acidente fatal de moto um
dia antes e ainda nem sabia que morrera, ia fugir também. O adverti que
ficasse, “nem morto”, disse; morto sim, vai ficar aí, emendei – ora, vivo manda
em morto, não manda? Rebelde como ele só, sempre contrariando, jovem, afinal...
Os mortos sempre ficaram tão bem ali durante o dia, cada um seu túmulo e à
noite põem-se cadeados nos portões e pronto, mas basta um trovãozinho e já
querem sair! E ele continuou “o atestado de óbito tá errado, meu, tô vivo aqui,
qué sabê, vou protestar com os outros” Era o que faltava! Meus Deus!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Não
se preocupem, conterrâneos. Passei lá hoje e já estão consertando os muros e os
mortos retornaram todos. Desculpem-me a brincadeira pai, avô, amigos e parentes
todos, mas brincar mal não faz, enquanto não soar a trombeta eu vou
contrariando até que, totalmente contrariado, ponham-me a dormir junto à mãe
natureza. Vou sentir saudades, vou morrer de saudades.</span></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-50310346081384308062013-07-20T07:15:00.002-03:002013-07-20T07:18:27.977-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-wlgpazunC1s/UepiCQ7bgQI/AAAAAAAABR4/VWvO0NdrOxI/s1600/Picapau.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" src="http://2.bp.blogspot.com/-wlgpazunC1s/UepiCQ7bgQI/AAAAAAAABR4/VWvO0NdrOxI/s320/Picapau.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Amigos, grato aos acessos dos leitores a este singelo blog. Hoje posto um texto de muito tempo de minha reflexão e acho que de outras pessoas também. Consegui transformá-la em texto. Oxalá, não seja enfadonho para quem não quer meditar sobre isso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Abç</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">Blogueiro</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: #741b47;"><span style="font-size: large;">O paradoxo Lázaro</span> <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Ressuscitou, mas
morreu. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Francisco de Assis
quando encontrou o leproso cheio de feridas e o beijou perdeu o asco que então
carregava - disse ele próprio. O primeiro pressuposto para uma cura apregoada
por todos os mestres espirituais é a libertação interior. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Na cerimônia de
enterro de meu pai eu estava furioso por dentro pela minha incapacidade e
aquele padre que repetia a proselitista, ele estava preparado, era católico, ia
às missas, estava preparado para morrer. Ora, como se prepara alguém para
morrer, além dos cuidados da funerária? Não se prepara. A funerária prepara o
corpo... já era, mas ainda vejo o olhar recíproco dele de antes de morto. Parece
que nos enganamos numa vida sem consolo e sem olhares, velamos o mistério.
Somente o morto pode se preparar a si mesmo e... desviver. Se Lázaro contasse
com a ajuda espiritual de Jesus, esta chegou depois do enterro, três dias após
o sepultamento.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Prepara-se para viver
o momento que se vive com o mal que se tem, com as limitações por culpa nossa
ou não (a cruz), escolhe-se a demanda interior adequada ao possível à sua
crença ou à filosofia menos corrosiva, ninguém pode falar pelo morto, é a morte,
sua hora final. Final? O supremo silêncio que pode carregar tudo para um abismo
sem tampa, mas não carrega. Morremos a cada dia, desde que nascemos e sempre
parece que é do outro que se fala, não de nós mesmos, somos lázaros insepultos.
<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">O personagem Lázaro é
usado por Jesus numa parábola com o rico sobejo, sofreu como Jó, mendicante de
migalhas da mesa do rico, onde embaixo dela os cães lhe lambiam as feridas, os
cães eram os seus entes mais próximos. A este leproso que Francisco beijou e
confessa em seus escritos que, antes era comum sentir náusea deles, mas
depois... que ironia, viu que os leprosos somos nós mesmos, com nossas riquezas
inexploradas e insatisfeitos por falsas demandas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;">Pela morte do amigo
Lázaro adveio a menor oração gramatical bíblica, grafem-na. “Jesus chorou”
(João 11,32-35). Complemento à grafia curta de João, como indigno leitor
bíblico que sou, que, “condoendo-se a ponto de ressuscitá-lo da tumba e personificá-lo
em suas parábolas, de tão familiar que era”. Entenda-se como quiser, mas não se
pode limitar Jesus como um mestre ou rabino simplesmente, nem tampouco a vida a
um cubículo de alvenaria de um campo santo. Recuso-me na minha fé imperfeita e
prosaica. Maranata.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #741b47;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Obs: Anoto que atualmente há uma discussão entre
os teólogos relativa à ressurreição de Lázaro, de que seja reanimação de corpo
e não a ressurreição do Cristo do querigma das igrejas cristãs.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><em>Observação: Aos interessados pelas obras indicadas aqui nesta blog, à direita, e quiserem saber da sinopse, contate-me. Estou no face e aqui. Abç</em></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-64867890163692080912013-07-16T07:34:00.003-03:002013-07-16T07:35:37.582-03:00A grande viagem<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Este texto abaixo não é meu. É da minha sobrinha de onze anos. De passagem pela sua casa, enquanto dormia seu pai me mostrou sua redação de escola. Tirei foto com o celular e depois falei com a menina mesmo e ela me autorizou a publicar em jornal, saiu na Tribuna Piracicabana. Alerto que a qualidade do texto é impressionante, a concisão e o jogo entre o início e o fim denota o sentido figurativo do termo viagem que teve Enzo, seu personagem fictício.</div>
<div style="text-align: justify;">
Amigos, então na família tem mais alguém a escrever nas entrelinhas da minha vida. Parabéns Amanda, parabéns a Família de Aléssio Jr.</div>
<div style="text-align: justify;">
O blogueiro tio</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-hufiSKCRd_g/UeUhcFgqF0I/AAAAAAAABRo/7_P7Qm7lrJg/s1600/Bonito-Ms+(21).JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="http://3.bp.blogspot.com/-hufiSKCRd_g/UeUhcFgqF0I/AAAAAAAABRo/7_P7Qm7lrJg/s320/Bonito-Ms+(21).JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">De <span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Amanda
Quartarollo<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">A
grande viagem<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span><span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Era
uma vez um menino chamado Enzo, seu grande sonho era conhecer uma ilha, queria
tanto que até seu livro era sobre ilha. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Quando
Enzo foi rezar para dormir, pois tinha aula no dia seguinte, pediu:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">-
Deus, querido Deus, gostaria muito que realizasse meu grande sonho, conhecer
uma ilha. Por favor! Amém!<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">No
dia seguinte ele foi para a escola, e, lembrou que tinha aula de Português (era
a matéria que Enzo mais odiava). Parou no meio do caminho para observar imagens
de maravilhosas e imensas ilhas, ficou “babando”, mas tinha que ir estudar,
pois era o que sua mãe sempre dizia “Estude meu filho, porque no futuro você
será alguém na vida”.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
garoto continuou seu caminho, chegando a sua escola a aula já tinha começado,
pediu licença para a professora e perguntou:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">-
Desculpe pelo atraso, me distrai, o que tenho que fazer?<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">-
Eu te desculpo, fique tranquilo, você terá que escrever uma redação e com a
melhor da sala o aluno viajará para uma ilha – respondeu a professora.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Enzo
caprichou na redação, e claro, sua redação foi a melhor, ele pergunta novamente
para sua professora:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">-
Quantas pessoas poderão ir comigo? Quando será a viagem?<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">-
Poderá ir você e mais duas pessoas e o embarque será amanhã.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">O
menino foi correndo contar para os pais e eles adoraram, à noite até deixaram
prontas as malas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Depois
de doze horas eles chegaram lá.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">De
repente o vulcão entra em erupção e como Enzo sabia tudo sobre ilhas, salvou
seus pais. Enfrentaram macacos que voavam, elefantes que miavam e até leões que
latiam.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "MV Boli"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Essa foi a melhor viagem de Enzo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #d5a6bd;">Grato Amanda, seu texto é maravilhoso.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8592564459369830519.post-7227154769822412432013-07-06T17:19:00.001-03:002013-07-06T17:19:17.145-03:00O retrete<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Amigos, roupa suja se leva em casa, mas em trânsito também temos questões intestinas e o assunto vai por água abaixo. Confesso que este cubículo serviu-me muitas vezes, até para refrescar a mente. Se precisar não tem jeito, vamos ao retrete.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">Blogueiro aliviado</span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="color: black;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">O retrete </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-d-vySdlYaug/Udh6dS7NluI/AAAAAAAABRQ/ae_LZ_BRK2Q/s1600/banheiro.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><span style="color: #4c1130;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-d-vySdlYaug/Udh6dS7NluI/AAAAAAAABRQ/ae_LZ_BRK2Q/s200/banheiro.jpg" width="131" /></span></a></div>
</span><span><o:p></o:p></span></span><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;"><span style="font-size: large;">
</span><span style="color: black; font-size: 13pt;">O banheiro público feminino... Há de
pensar que lá seja um lugar instigante e limpo, espaçoso e branco, a cheirar
perfume, com mil privadas como fontes de águas limpas. Onde se vê a beleza
cheirosa do limpo, mas não se pode devassar. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="color: black; font-size: 13pt;">Aqui na terrinha teve um incidente com
transexual que tentou adentrar nos átrios cuidadosos do banheiro feminino. O segurança
não perceberia se não o alertassem, creio, visto que a pessoa era insuspeita ao
portar-se e vestir-se à moda feminina, com orientação diversa ao nascer homem
que não era.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="color: black; font-size: 13pt;">Em geral nos estabelecimentos pergunta-se
onde fica o “toilette”, uma palavra francesa que no seu vernáculo significa
pequena toalha. Nos EUA Lavatory (pia ou vaso sanitário). Há também o símbolo
da cartola e da bengala cruzados e a silhueta da dama e cavalheiro com trajes
do século XIX, nas portas aos fundos. Estabelecimentos com banheiro único é: se
ela vai, ele espera. </span></span><a href="http://1.bp.blogspot.com/-G8vy4wjJ050/Udh6qPd3cgI/AAAAAAAABRY/YwSOpYfeAKQ/s1600/banheiro+p%C3%BAblico.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: #4c1130;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-G8vy4wjJ050/Udh6qPd3cgI/AAAAAAAABRY/YwSOpYfeAKQ/s200/banheiro+p%C3%BAblico.jpg" width="200" /></span></a></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;"><span style="color: black; font-size: 13pt;">Um lugar limpo, com louças brancas, com
desodorizante e a sensação de ser só seu, mas se faltar papel? Coisa que
acontece mais no banheiro masculino, as mulheres veem isso antes e não tomam
assento do que não lhes é seguro, na bolsinha tem de tudo, preservam-se, sem
ficar com qualquer pingo de dúvida e muitas dessas damas têm o plano B, de cuja
elegância fazem jus, o tato feminino de se antecipar à “saia justa”. Se virem
uma mulher sem bolsinha entrar num banheiro feminino, cuidado! Este também é um
álibi perfeito para quem vai somente retocar a maquiagem, mas se não portar
bolsinha que combine com a roupa, ou sem bolsinha... </span><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="color: black; font-size: 13pt;">Hoje, todavia, com toda a força simbólica desta
indispensável instância cogita-se banheiro para o terceiro sexo, a terceira via
do terceiro milênio. A necessidade é a mesma entre ambos (ou todos) os sexos,
que usam os locais aonde chegam para alívio e não vexação.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="color: black; font-size: 13pt;">Alguém meteu a boca na cidadã, defendeu
este procedimento do segurança homem, justificado, segundo este, por
salvaguardar as usuárias de outro homem vestido de mulher. Se a questão fosse
ato promíscuo, isso pode se efetivar em qualquer dos lados com a mesma
obscenidade. </span><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #4c1130;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Mesmo entre os de mesmo sexo, cabe a privacidade
aos mais tímidos ou, ainda, como o costume em alguns países europeus, os de
sexo masculino de sentarem-se para não respingar pelo chão. Acho mesmo que
deviam eliminar-se os urinóis fétidos; que os usuários ao fechar a porta possam
sentar calmamente no retrete e pensar na vida e nas boas obras, olhando para o
chão e azulejos de sua intimidade dessa hora vã e agradecer.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="color: #741b47; font-size: x-small;">E.t: Aos interessados por leitura de escritor insistente (e aos que ainda não adquiriram nossos livros, acessem nosso e-mail </span><a href="mailto:camilo.i@ig.com.br"><span style="color: #741b47; font-size: x-small;">camilo.i@ig.com.br</span></a><span style="color: #741b47; font-size: x-small;"> e encomendem ou solicitem dados sobre as obras, que terei enorme prazer em passar. </span></span></div>
</div>
Camilo Irineu Quartarollohttp://www.blogger.com/profile/04936939380596903774noreply@blogger.com0