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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 25 de maio de 2013

Amigos do blog, confesso que este assunto não me é fácil de abordar, o mundo gay, visto que não consigo conceber tal aspecto contemporãneo como natural ou normal. Extrapola o meu senso de compreensão deste mundo entre duas pessoas de mesmo sexo, que ora mostrado no exagero me parece bizarro; todavia não trato simplesmente o assunto como bizarrice, mas pessoas com direito de expressão no mundo como qualquer uma de outra orientação. No presente artigo abordo pelo viés de filão de mercado e é lógico que não esgotei o assunto. Todavia, o fato de uma pessoa ser gay não a difere de outras quanto ao aspecto de ser humano, somos todos iguais nisso e, acredito, nem todos os gay estão nas paradas ou nos beijaços, ou querendo aparecer, mas são pessoas normais, do dia a dia, dentre as quais tenho grandes amigos e amigas, com quem posso conversar como pessoas, não como estereotipo.
Filão gay
A frança regularizou o casamento gay - aliás o termo inglês e dominante no mundo, inclusive na vizinha França, da combativa Joana D’Arc, vestida de homem em ordem de batalha. No Francês não existe um termo convincente para esta categoria, mas lá as pessoas do mesmo sexo, masculino ou feminino, podem contrair núpcias. Contrair, um termo esquisito, mas é o usual, aliás, antigamente, casamento era para descontrair do namoro vigiado e, que, presumia-se que os sexos opostos tinham encaixes perfeitos e naturais, devido à anatomia complementar.
Isso demonstra que o gay não é necessariamente um/uma promíscua e quer relação de fidelidade, tem sonhos de amor, como qualquer ser humano que herdou as histórias de mamãe, do “felizes para sempre”. Por outro lado, os cartórios civis vão faturar mais e até algumas religiões que assumiram o “outro lado da força”.
Já antes, com o movimento e passeatas gay, defendia-se que eles (elas) tinham nicho enorme de mercado na linha de roupas, cosméticos e outros e, que também merecem respeito pelo senhor deste mundo, o mercado – a estes aderiram os políticos astutos nas paradas coloridas e festivas, ovos eleitores e consumidores.
Atualmente, qualquer sinal de sensibilidade ou percepção de beleza dá ensejo aos amigos dos grupinhos, com sorriso de já sei, você é gay. Os mais tímidos ao achaque vão até concordar, não "saem" com ninguém mesmo. Pior que isso seria perguntar à própria parceira, sentado na cama transando o copo na mão, depois do "isso nunca aconteceu comigo, será que...". E mais, persiste o preconceito de que ter algum tempo diante do espelho de narciso com algumas caretas, usar alguma roupa colorida ou cortar a unha em manicure, andar com cachorro pequeno e dormir de pijama de bolinhas (listrado é tolerado) são indícios de ser gay, inda que não seja crime, está cotado para esse grupo minoritário (não sei se é minoria...).
Há estudos e, a bem da verdade, excessos de todos os lados, mas há ainda os conceitos falsos de gay - de que são mais inteligentes que os heterossexuais (este também um elogio de inversão, comumente dirigido às mulheres, para não se rebelarem em suas exigências impactantes), ou de que são promíscuos, de que a causa de ser gay seja por ter mãe muito próxima e pai distante. Outros dizem que são mais liberais, são ricos (mas e o estigma do gay pobre, estereotipado, que presta favores sexuais por dinheiro), que são arruaceiros e, alguns doutores sentam sobre o rabo e explicam o fogacho da galera, tão rápido, no termo de um gole de cerveja; mas há gay de todos os tipos, inclusive os “heterossexuais” com namorada, esposa, dizem. Então, ninguém escapa dos seus quinze minutos de fama.
Não se preocupe com esta relação ambígua de ideias, mesmo sendo do grupo minoritário, o mercado o aceita, mas... você tem dinheiro?
Se vc interessa por algum livro de cabeceira neste invernico, contate-me pelo quartarollo.camilo@gmail.com e adquira Crises do filho do meio ou passo maiores dados sobre a obra e, querendo, envio-lhe, depois me reembolsa o valor.

sábado, 18 de maio de 2013

Leitores e leitoras deste blog, já pegou gripe ou dengue? Sabe a diferença? Minha esposa pegou alguma coisa entre uma e outra, se é que é possível, mas os cuidados hoje andam péssimas para epidemias e bom para crônicas.
Bloguista crônica, atchim.
Autor de Crises do filho do meio
Dengue ou gripe?
Aquela coceira no calcanhar, uma simples picada e o início de uma discussão sobre epidemias, se a picada dá coceira nos olhos ou nos cornetos nasais, é o fim da picada. O site de busca tem um arsenal de respostas e dúvidas. O mosquito autor da picada já passou pela net, zapeando o seu ferrão anestésico. Já se construíram tabelas com os sintomas relacionados para gripe, dengue e febre amarela urbana, mas diria que são conjuntos onde os elementos são comuns, do tipo ornitorrinco, interseção para réptil, ave e mamífero, e com peçonha similar ao das serpentes. Como classificar o ornitorrinco com bico de pato e características tão comuns aos de outras classes?
Gripe ou dengue? Se gripe, qual tipo? Se dengue, a normal ou a outra? Lá constam os indícios e sintomas, que somente depois de alguns dias se saberá o que é de fato, para o que evoluiu e podemos ir à última página do jornal, o obituário, onde acabam as notícias.
Vivemos na era das gripes virais e da febre da net, onde se valorizam as cervejas geladas e se desprezam as xícaras de chás de infusão. Os chás são de parcimônia, beberica-se durante conversas amenas; as cervejas, bebe-se (emborca-se) em excesso e com a sensação de não deixar nada aos outros, “bebi todas”, prova que se perde o senso da direção e de ação – se beber não dirija, nem escreva.
O mosquito é o vilão das epidemias, mas também a vaca, o frango, o porco e, inclusive, nós humanos, que espirramos - transmissores dos vírus. Calma, foi declarado expurgo somente ao mosquito, quase um deus egípcio, o Aedes Aegypti, pernilongo rajado de hábitos diurno e ávido por água limpa, onde põe ovos. Outro similar a este é o mosquito Anopheles, transmissor da malária, doença com sintomas semelhantes à gripe, mas lá das regiões distantes e rurais.
Ao contrário de outros pernilongos chorões das madrugadas quentes (que já começam à meia-noite), os da dengue são silenciosos, furtivos, atacam, ou melhor, tocaiam durante o dia e picam.
Destarte os males virais, de net e do mimetismo, há uma evolução entre os insetos, morremos mais pela boca que pelas picadas, a sociedade cultiva maus hábitos alimentares e de costumes. A ambição promíscua ganha a mesa, os ares de onipotência do corpo, mas somos mortais. A cura talvez esteja mais suscetível nos chás que nos álcoois, na temperança que no alimento calórico, que enfraquece o organismo, que adoece facilmente por gripe e por dengue ou por falta de um alimento cotidiano eficaz, trocando por alguma porcaria na esquina próxima.
 
Podem mandar seus comentários, críticias e até elogios, mesmo que falsos. Abç

sábado, 11 de maio de 2013

Amigos, amigas, posto hoje um texto por reflexão de uma peça que vi, Kafka e a boneca viajante.
Um autor, creio que sempre escreve seu canto de cisne e um dia acerta, quer registrar antes que a morte dê seu derradeiro veredicto, mas a vida tem surpresas, como na de Kafka, que eu suponho um ser triste, como a gente muitas vezes, mas aí vem essa menina procurando uma bonequinha perdida e...
Blogueiro pensativo
Publicado em 09/05/13 Tribuna Piracicabana, a foto desta postagem é da cena Lugar onde o peixe para, das meninas, Edeleise (Vânia) e Dora (Luzia Stocco)
         O lado lúdico de K.
(Kafka e a boneca viajante)
Pela rua D.Pedro II e cruzamentos, atrás dos saltimbancos caipiras do grupo Andaime de Teatro, chegamos ao parque D. Bosco onde descobri um novo Kafka, levantado na passagem do último ano de vida deste por Jordi di Sierra I Fabra, na obra intitulada Kafka e a boneca viajante.
Sempre vi um Francz Kafka sisudo, tétrico, sem a dimensão lúdica; quem leu A metamorfose e O processo associa o escritor ao personagem senhor K. Este um cidadão sem nome, somente com uma sigla, sem nenhuma ilusão ou
sonho, perseguido e oprimido, na A Metamorfose é um verme, em primeira pessoa. Conheci Kafka por estes escritos e que nos leva a um mundo sem
saída, fatal; mas Jordi mostra outro Kafka.
Escreve Jordi que a menina Elsi encontra o escritor já doente e no último ano de sua vida, no parque de Berlim, Alemanha, passeando. Entre soluços, a menina pergunta ao escritor se vira a sua bonequinha, Brígida. Não, claro que não, até este momento, por certo Kafka tinha outras preocupações e sua doença terminal, mas comove-se com a perda de Elsi e, num segundo momento, à guisa de sua criatividade, muda a história da vida real, recompõe-se dizendo mais ou menos assim: ver não vira, mas Brígida fora viajar por conta própria, não a perdeu, era a boneca que estava se emancipando, viajando por Paris e mundo afora. Contudo, mandaria cartas para Elsi. Missivas que na verdade o próprio Kafka escrevia às escondidas, feito a boneca Brígida, dando-lhe personalidade e voz à fantasia de Elsi.
Atento-me pelas fantasias boas de Kafka e de que pôde dar sua caligrafia e assinar com esse fantástico pseudônimo feminino. Tinha no rosto da menina a recompensa por este empreendimento literário à leitora e destinatária mais fiel - faz consulta ao mundo da infância para isso, indo com uma criança vizinha colher informações sobre essa relação lúdica com este brinquedo e começa a escrever cartas a Elsi, como se boneca e carteiro fosse.
O que seria para Kafka, no último ano de vida dos quarenta e um vividos, uma boneca de nome próprio? O verme de A Metamorfose ou o acusado de O processo ficaram
para trás?
Vejo aqui um novo caminho, uma saída criativa que as crianças têm e que se mostra em Kafka. O resgate de perdas afetivas da infância que ele projeta na boneca e na menina, tornando falante a boneca e carteiro o escritor.
Quando um escritor conhece o seu leitor interno, coloca-se totalmente nas mãos deste, um alter ego de si mesmo e as palavras essenciais surgem.
Não, Franz Kafka não morreu como um senhor K, ou como um verme de A
Metamorfose, mas por certeza metamorfoseou-se no transmundo do
inconsciente, nas almas de artistas e saltimbancos, como amigos de
praça, onde o comum habita, onde até o eterno tem vez.
Parabéns ao grupo Andaime de Teatro, ao diretor Rogério Tarifa e aos companheiros de rua, de estrada e de praças, nas margens desta folha da vida, na rua da eternidade, nesta viagem com Brígida e Kafka em Kafka e a boneca viajante.
Comercial:
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sábado, 4 de maio de 2013

Amigos e amigas, blog é um espaço onde o blogueiro coloca suas coisas como uma agenda e a dessa semana é uma crônica que mandei para os jornais. A foto ao lado é da minha família nos idos de uns trinta anos passados, mas que mostra ainda um pouco da época que abordei no escrito e dos cabeludos e cabeludinhos. Espero que curtam.
Blogueiro escritor
Cabelos e folículos
Nos anos sessenta, era da contestação, o cabelo e barbas compridos davam o tom. Até então, cabelo se cortava e usava-se curto, barba raspada e bigodes, se o cliente preferir. De resto tinha de ser tudo muito sóbrio e o cavalheiro e damas bem identificados pelo rosto, mas vieram os Beatles e os Rolling Stones, Roberto Carlos, Caetano, Gil, Jovem Guarda e mudaram a cabeça da juventude. Corromperam, achavam alguns setores da sociedade mais conservadores na época.
Uma das bandeiras do movimento nos EUA eram manifestações pela paz e contra a guerra do Vietnam, aqui havia um antiamericanismo e a oposição aos militares começava incipiente, porque a contradição estava em solo pátrio e amedrontava, falava-se, murmurava-se, mas temia-se.
Os velhos criticavam a juventude de então, os cabelos... Um tio materno, o mais conservador, odiava o Lula que se fez presidente, não por suas ideias políticas, mas pela barba deste. Mas Jesus Cristo também era barbudo, tio – dizíamos - então o tio revidava, “mas era Deus”. Meu pai chegou a proibir filho de trabalhar com ele pelo uso das costeletas compridas, isso no começo do movimento dos cabeludos, depois meu próprio pai, careca, passou a usar costeletas maiores e bigodes grossos, talvez influência do movimento de cursilho de cristandade que participava na igreja, abrandou. Apelidamos um cavalo do vizinho de Roberto Carlos, pela enorme crina escovada solta ao lado, divertíamos com esta associação de imagens. Nós, moleques, emplumávamos e deixávamos a cabeleira na testa, era uma provocação e dizer que “podíamos”, talvez atrás desse movimento contestatório, e de muitas ilusões, havia a ideia formal de ser contra a ditadura, a guerra, o conservadorismo dos mais velhos, também chamados de quadrados.
Minha mãe não condescendia com os cabeludos, nem com os nossos cabelos compridos, mesmo moleques, mandava-nos cortar e bem rente para economizar o dinheiro e protelávamos ao máximo para o exibirmos comprido, mas quando se vinha do barbeiro, vínhamos tristes. Cortaram nosso barato, os cabelos. A mãe gostava do Roberto Carlos, mas católica antiga que era, criticava quando este dizia “que tudo mais vá para o inferno”, bem contestador do mundo que separava da sua amada, que “o aquecia no inverno”.
A nós o movimento chegou como marolinha, abrasileirado, “num país sem guerra”, de batalhas perdidas e violências escondidas nos porões. Os cabelos, somente os cabelos compridos, as ideias, as paixões das trilhas sonora repetidas nas rádios, os arroubos de paixão, muita paixão; como dizia meu pai, ficávamos “bêbados” de tanto ouvir música. Felizmente as drogas não nos invadiram, tínhamos a continência de não nos associar a elas, apesar de toda a fragilidade inocente de nossa formação e, afinal, “os culpados” pelas nossas frustrações estavam em casa, entre amor, ódios, preconceitos, moral católica e, mais distante, o governo, um ente abstrato vistos nas botas dos ditadores. Hoje, acho que se discutem mais as questões, avançou-se além das formas de cabelos e folículos.
E.T> aos interessados pelo nosso estilo de escrever e quiserem, temos exemplares de Crises do filho do meio, livro com 184 páginas bem humoradas para quem quiser adquirir pelo e-mail camilo.i@ig.com.br , eu remeto para vc e paga-me quando puder. Abç