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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Motorista de papel
carros de papelão
A habilitação tira-se com pouca idade e a aprovação social está estampada numa carteirinha. Dirigir é poder. Quer conhecer uma pessoa, dê-lhe um volante.  Quando o ser entra nesta cápsula com toda a tecnologia e tem os botões na mão... sai da frente! Alguns já dão a carteirada e prosseguem conduzindo e seguros pelo airbag de seus carros de luxo e vida de parasitas. Não se ponham no caminho deles.
Álcool? Dirijo melhor, por quê?
Esta é a resposta do ébrio.
Nestes dias vi um carro pequeno e de dois lugares, achei interessante com o modelo e como o trânsito em Piracicaba está caótico, seria uma opção de carro pequeno para dois e talvez para um lugar. Visto que a maioria dos carros a circular levam apenas o motorista e ocupam quatro vezes o espaço, poderiam ir quatro pessoas no veículo. Todavia o frentista dissuadiu-me:
- Ô chefe, se tivé oitenta pau, o senhor compra.
 Não tenho e o seminovo já é caro, então continuo com o meu.
Desde a descoberta da roda e da conquista do fogo os humanos sonham com essa máquina capaz de levá-los a qualquer lugar, tirar da miséria humana, vencer obstáculos de tempo e espaço, símbolo de transcendência. Fazem aparentemente isso, mas levam de si o pior, a falta de educação, o rancor, a falta de superação, o obstáculo a ultrapassagem, o desrespeito a outros viajantes da vida e quando decididos a parar, o fazem onde o nariz lhes aprouve, atrapalhem ou não.
Parece mesmo que se deve educar para o coletivo, um motorista que nos leve aos destinos que queiramos ir, mas onde? Nossos carros não nos levam somente ao trabalho, levam-nos por lugares nunca antes imaginados nesta cápsula do tempo e espaço, aonde vamos imaginando um mundo, que não existe sem outrem.

2 comentários:

  1. Contento-me com minhas pernas que me transportam sadiamente... não poluem, andam na velocidade compatível com peso X altura X idade e, se alcoolizada, logo despenca nas vielas da vida à espera de momentos mais firmes, seguros e pouco contraditórios... Mil ou milhões não os tenho, portanto pernas pra que te quero!
    Abraço, Célia.

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    1. Bélissima abordagem, Célia! Eu faria uma pequena correção nas proporções, talvez peso x, altura y, largura quadril de xy/2. (brincadeira, é que imaginei uma pessoa do sexo feminino). Abç e grato pelo comentário saboroso.
      Camilo

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