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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 1 de outubro de 2011

A tartaruga e o boson PI

Esta foto não tem nada a ver com o texto, mas é impressionante!
A fotografada não vai achar ruim de postá-la aqui, então ei-la.




Esta jovem de olhos brilhantes é a grande Polly, filha da Luzia e nossa criança.
Lembranças a Floripa!




A tartaruga e o bóson PI *




Advertência: CUIDADO! ESTE TEXTO NÃO TEM LÓGICA NENHUMA!
Horácio perdeu a tartaruga de estimação, a amarelinha, de pintas amarelas no casco preto. Ora, não eram pintas, é que ela passeava enquanto Seo João pintava a parede e... as pintas passaram a fazer parte dela. A tartaruga fazia parte da memória de Horácio, mas o quelônio para se manter vivo se escondia dele, um aloprado que espantava até os ponteiros do relógio. Assim era, deixava pegadas que nem o próprio percebia e pela casa, depois que a esposa passava pano úmido no chão, marcas de chinelas, a trilha até a geladeira.
O esquecimento é feito de atos inconscientes de Horácio e as lembranças também, a memória é interligada. Quando viramos tartarugas nos escondemos nos cascos pré-históricos e vivemos muito tempo, quase eternos, por alguns momentos ilusórios e não temos tempo, ocupados em frustrações. Horácio quer saber por que sua tartaruga não tem o casco como as de todo mundo; decerto não pagou ao pintor seo João, esqueceu.
Ia me esquecendo, mas deixei a porta do banheiro aberta e a lâmpada não acendeu, não sei não (?), esse daqui não é meu banheiro (!) As pequenas coisas já estão obsoletas, esquecer é um luxo a quem pode lembrar-se de grandes coisas, mas... “foi o tempo que você gastou com a sua rosa é que a fez tão importante” – Antoine Saint-exupery, em O Pequeno Príncipe; ou com a sua tartaruga, cachorro, ou sei lá o quê.
Não, o medo, a insegurança, a ansiedade nos faz esquecidos e damos importância a coisas passageiras que se tornam absolutas. O estresse torna de mente o que é de acaso, não flui, temos de deixar o tempo escorrer e o universo completar o ciclo em nós – a memória é recorrente e sincrônica, perder uns passos pelo jardim e saracotear as pulgas velhas do corpo. Um banho é um santo remédio e nada de pílulas, tome água pura, esqueça o terno passado e ponha a camisa amassada sem reclamar. A vida não tem lógica, tem sentido, mas onde eu estava mesmo? ãh? Perdi minhas tartarugas outra vez, será que as acharão ou fugiram com as do Horácio?...
Nota ao pé da página: Bóson PI* é o nome de uma subpartícula atômica em estudo pelos cientistas, e por que o título deste texto? Ora, o que é mais rápido que uma subpartícula e mais lento que uma tartaruga? Perdoem-nos a ilógica, mas não temos nem o Bóson PI, nem tartaruga nenhuma, somente ideias de suas existências. Vc viu alguma tartaruga ou coelho?
acessem também o
www.camilotextos.blogspot.com, hoje vou postar lá Agatha, a rainha e o Alce, vão para lá também e comentem este texto de crítica; os de crônica, posto aqui.

Amigos, estive nesta semana na Nobel do centro aqui de Piracicaba, uma livraria de franquia e conversei com a gerente, que me disse que deixa um lugar reservado para escritores piracicabanos, o meu lá não se encontrava - estava para fazer acerto. Não me incomodo com acerto, mas ela ciosa de suas contas quis se antecipar. Se você, piracicabano ou não, for à livraria, existe uma gôndola, escaninho, com os livros de expressão genuinamente nossa, de Piracicaba; não que seja melhor que a dos outros, sem querer comparar, mas só para dizer, que a nossa literatura também existe e fica nos fundos da loja, num cantinho que pode ser aconchegante, vá lá é nós que fazemos o nosso espaço, sombras se dissolvem com a luz.

2 comentários:

  1. Que bom que a Nobel não esqueceu de Piracicaba, né Camilo. E que pena, as vezes, vivermos tempos tão globais, nos quais o que sentimos importa menos do que o que compramos, geralmente...
    um abraço

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  2. Oi, Camilo! Seu texto lembra, de leve, "Alice no País das Maravilhas". Gostei. :) Quando for à Nobel, vou procurar o cantinho piracicabano. Abraço!

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