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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 16 de julho de 2011

Amigos do blog e familiares Todeschini, reposto aqui essa crônica falando do meu avô materno, Carlos Todeschini imagem positiva na minha infância e na minha educação. Abaixo postarei em italiano, numa tradução do word para os de língua do país do qual emigrara.
http://www.youtube.com/watch?v=lDCELCR34EU&feature=related

Blogueiro
Jardinagem
O velho Carlos ali plantava, enxertava, ajeitava os canteiros, e convivia com todos os seres em miniatura do jardim. Estava encurvado pela idade o homem rude e cheirando a suor, a perfume de plantas e à terra. Conhecia os beija-flores quase que pelo nome e pelo voo e os via por segundos, batendo suas asas invisíveis, inesquecíveis. Os pássaros em confiança voavam rasantes ao velho de cenho branco que se entretinha em meio a tanto verde e cantos de algazarra daquele passaredo. Afoitos surgiam no ar com danças mirabolantes, outros paravam nos galhos das árvores, cantavam nas moitas e até ciscavam no jardim. Seus pensamentos eram limpos, sua cruz era leve e a natureza amiga. Ao chegar a casa à noite, entrava pelo quintal, tirava os sapatos de terra e antes de entrar na civilização, sentava-se, parava a pensar e agradecer ante o sol que se punha. Lá na cozinha, Irene chamava-o, que subisse a escada e saísse de sua soleira amiga, o jantar estava pronto, que viesse comer. Alguns netos entretinham o olhar na cena, vinha com uma rosa e sem jeito oferecia a Irene, tímido. Velho bobo não precisava se preocupar, dizia, mas todos os dias seu vaso de louça estava repleto dos mais variados matizes e perfumes. O sono de Carlos era um canto uníssono com Deus e com a liberdade.
Portava também um velho livro de folhas amareladas pelo tempo, de orações ao Senhor dos Jardins. Orava em pensamento, enquanto trabalhava, pelos jardins e jardineiros do mundo, por todos os jardins e casas, caminhava sobre as dez pedras brancas que ele mesmo colocara e que faziam o responso aos seus pés, em meio à grama. E que todos pudessem ter seu jardim! Amém. Sabia que não iria além do jardim, queria ser uma daquelas árvores, feias e rudes, a gozar da companhia das flores, cascas, poeira, sementes, que a natureza produz em sua vital dinâmica, arrasadora, inexorável e bela. Ao passar pelo jardim é possível ouvir-lhe os passos pelo farfalhar da grama num ruído verde que rompe o tempo, num zap-zap bem manso. Em meio ao jardim há água aos borbotões, o sábio jardineiro plantou uma vegetação de raízes profundas e ávidas de água, enriquecendo o seu solo, túmidas. As rosas perfumadas e lindas, noutro dia são folhas que ele varre amiúde junto aos pés das árvores. Sabia que seu jardim era efêmero como ele e sua glória. Aprendeu a ser humilde e feliz esperando o seu súbito final, a morte.
Foi capinado da terra e caiu como uma árvore, ainda com os ramos estendidos. Seu jardim acolheu o seu corpo, agonizante. Passou de um jardim a outro, o Senhor dos jardins acolheu o seu servo. Fizeram-se presentes todas as rosas, borboletas e uma grande revoada de pássaros de todas as espécies e cores, em seu funeral. No caixão de cedro, como que dormia, espraiava um sorriso em sua face, ainda rosada. Não quis honra, nenhuma pompa, apenas a mortalha, não quis nada, nada levou, foi inteiro para o céu, para o jardim que a muito estava preparado, antes da fundação do Universo. Morreu para este mundo, sem maculá-lo.
E lá, no jardim inominável debaixo do céu, das raízes enlameadas e túrgidas, ainda transparece a vida dadivosa das plantas. Nos fundos de uma casa velha e ruinosa, a qual descascam-se as paredes e os cômodos. Sim, é a umidade do jardim,dizem os engenheiros. É preciso derrubar o jardim, cortar a cabeça do Capitão e Dálias ao fogo, caçar os Antúrios, assombrar os Girassóis, corrigir essa tal Maria-sem-vergonha, nem que sejam as Onze-Horas, que se arranquem as Avencas e acabem com essa encrenca, tire-se o Chapéu-de-Couro, regurgite-se o Boldo e que se feche a Boca-de-Leão, nem que seja Flor de São José, nem que a Dona Margarida abra essa ferida, nem que se jogue a Hortênsia, nem que o Cravo apazigúe com a Rosa, nem que renasçam os Gerânios, que se derrube o arvoredo e se espante o passaredo, chega de Palmas.
Assim, indefeso, o jardim foi pisado, arrancado e calcado com cimento. Impiedosamente as flores foram jogadas dentro de um saco para o caminhão barulhento do lixo. Puseram um piso belo, importado com desenhos de plantas, muito bonito e limpo, sem necessidade de nenhum jardineiro.
O povo que vive do lixão retirou as plantas do meio dos cacos de vidros, latas, pilhas usadas, restos de comidas e outros detritos “desumanos” – de coleta não seletiva - e plantaram numa área invadida por pássaros, beija-flores, borboletas, gafanhotos, grilos e todos os rejeitados pelo centro urbano. Um novo jardim? Então encontraram também o livro de folhas amareladas, onde se lê nas letras rudes e piedosas de um recém analfabeto: Eis que o Senhor fará novas todas as coisas. Carlos. Versão no italiano
Giardinaggio
L'anziano Carlos ali di giardinaggio piantati, enxertava, ajeitava, il fiore letti e convivium con tutti gli esseri giardino in miniatura. Era curvo da vecchio sudore uomo rude e odore, il profumo delle piante e la terra. Conosceva il colibrì quasi di nome e volo e il percorso di secondi, battendo le ali invisibili, indimenticabile. Gli uccelli nella fiducia volavano vecchio cenho radente al bianco che avrebbe intrattenere in mezzo sia verde e angoli del clamore di passaredo. Afoitos si alzò in aria con danze travolgenti, altri si fermava sui rami degli alberi, cantando nella boscaglia e fino a ciscavam nel giardino. Suoi pensieri sono stati puliti, la croce era amico di luce e natura. Quando arrivi a casa di notte, entrato da cantiere, ha preso la terra e le scarpe prima di entrare alla civiltà, sit, si fermò a pensare e ringraziare il tramonto. Lì in cucina, Irene è stata chiamata il, che egli sale le scale e fuori del vostro davanzale amiga, la cena era pronta, che avrebbe mangiato. Alcuni nipoti hanno intrattenuto il look alla scena, è venuto con una rosa e goffamente offerto Irene, timida. Vecchio pazzo non ha bisogno di preoccuparsi, ha detto, ma ogni giorno le stoviglie pentola era piena delle più varie tonalità e profumi. Il sonno di Carlo era un unisono canto con Dio e con la libertà. Egli è anche un vecchio libro di foglie gialli da tempo, preghiere al Signore dei giardini. Orava nel pensiero mentre lavoro, giardini e giardinieri del mondo, da tutti i giardini e le case, camminato circa dieci pietre bianche che ha avuto anche e che ha fatto il responso ai suoi piedi, in mezzo l'erba. E tutti potrebbe avere il tuo giardino! Amen. Sapevo che non sarebbe andato oltre il giardino, voleva essere uno di quegli alberi, brutti e rude, per godere della compagnia della polvere, corteccia, fiori, semi, che la natura produce nella sua dinamica vitale, killer application, inesorabile e bella. Quando si passa dal giardino si possono sentire i passi dal fruscio dell'erba su un verde rumore che rompe il tempo, zap zap e manso. Nel mezzo del giardino c'è l'acqua riversato il giardiniere saggio piantato un radici profonde di vegetazione e acqua, Avid, arricchendo la sua terra, túmidas. Profumo di rose e bella, un altro giorno sono foglie che analizza spesso insieme ai piedi degli alberi. Lo sapevate che il vostro giardino fu effimera come lui e la sua gloria. Ha imparato a essere umile e felice in attesa di vostri fine improvvisa, morte.
Era capinado della terra e cadde come un albero, ancora con le braccia tese. Vostro giardino ha accolto il suo corpo agonizzante. È passato da un giardino a altro, il Signore dei giardini ha ospitato il suo servo. Presentano tutte le rose, farfalle e una vasta revoada di uccelli di ogni tipo e colori, al suo funerale. Nella bara di cedro, mentre dormivano, esteso un sorriso sul suo volto, ancora rosa. Non ha voluto non onorare, pompa, appena la Sindone, non voglio niente, niente ha portato, era il cielo, al giardino che la partita è stata preparata prima della Fondazione dell'universo. Morì per questo mondo, senza maculá.
E lì, nel giardino innominabile sotto il cielo, radici fangose e túrgidas, dadivosa vita mostra anche attraverso le piante. In una vecchia casa e rovinosa, che staccare il pareti e camere. Sì, è l'umidità del giardino, dicono gli ingegneri. Dobbiamo rovesciare il giardino, tagliare la testa del capitano e dalie licenziare, cacciare il Anthurium, infestano i girasoli, difficoltà di tale Maria-senza vergogna, né sono undici ore if estirpare Avencas e finire con questo problema, prendere il cappello-cuoio, il regurgite di mirtillo e chiudere la bocca-de-Lion, Flor de São José, né che le Dona Margarida aprire questa feritao che gioca l'ortensia, né che il apazigúe di clavicembalo con rosa, né che rinascono i gerani, rovesciando il Grove e stupire i passaredo, chega de Palmas.
Così, impotente, il giardino è stato calpestato, avviato e giocando con il cemento. Senza pietà i fiori sono stati gettati in un sacchetto al rumoroso camion della spazzatura. Mettere un bei pavimenti, importato con disegni di piante, molto bello e puliti, senza necessità di ogni giardiniere. Le persone che vivono nella discarica di rifiuti ha ritirato le piante dalla metà di schegge di vetro, lattine, batterie, avanzi di cibo e altri detriti "inumano" – inesigibilità selettiva e piantato in una zona invasa da uccelli, colibrì, farfalle, cavallette, grilli e tutti rifiutato dal centro urbano. Un nuovo giardino? Poi hanno trovato anche il libro di foglie giallo, che recita i testi rude e pii un recente analfabeta: Ecco, il Signore farà tutte le cose nuove. Carlos.

2 comentários:

  1. OLÁ!Estive por aqui lendo um pouco.
    Meu avô materno, Giuseppe Zanandrea, veio do Norte da Itália também.Ele era um doce de pessoa.Legal teu blog. Abraços, Rita Velosa.Já te add nos meus favoritos.

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  2. Pobre e miserável raça humana. Jardineiro que era, a nossa personagem devia também conhecer outra passagem bíblica, aquela do joio e do trigo. Certamente conhecia.

    Felicidades, amigo!

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