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O blog atém-se às questões humanas. Dispensa extremismos ou patrulhas. Que brilhe a sua luz. Bem-vindo e bem-vinda!

sábado, 9 de abril de 2011



Divulgação: Quero parabenizar a Leda Coletti pelo aniversário de ontem e pelo lançamento do livro Eu, educadora. Um livro de importância ímpar, palmilhando pelo ofício da educação, Leda é uma estrela de luz que ilumina sem ofuscar, porque com seu brilho vai iluminando a todos indistintamente, é a educadora, não a performance de transitório espetáculo, imprime caráter. Sou grato a sua correção e discrição ao comentar por escrito, a pedido de minha esposa, meus primeiros textos.

Agradecimento: Agradeço aos adquirentes de O Seminário. Se posso comentar o que fiz, é que esta obra traduz a espiritualidade em todos os sentidos que pude apreender, até nos momentos em que não há o parâmetro religiosidade presente, o espiritual se manifesta na vida em momentos inusitados e assim que coloquei Teófilo.

O texto que posto hoje é algo que passávamos na escola e hoje tem outros nomes e medições, mas nós tivemos de enfrentar como veio. O tema não é deboche e lamento a violência ocorrida no Rio de Janeiro, pois algo vai mal na sociedade. Com este lamento, vamos a uma crônica humorada que podia ter acontecido com você, ou não...


Kid bostinha

Era um menino da pesada, terrível. Mexia com todos da escola, a fama dele corria pelos corredores. Logo nos primeiros dias já me avisaram, “cuidado com esse menino!”. Muito bláblá, achei, nunca tinha apanhado na escola, eu sempre batia, os murros dos meus desafetos me faziam cócegas e quando eu descia meu pulso avantajado os punha para correr ou a chorar. Mas briga é briga e no outro dia éramos amigos. Criança é assim. Quem era o tal? Olhava nos grupinhos no intervalo das aulas, via alguns meninos contando das ruas com seus gestuais e gingas, outros rindo, as meninas... bem, nessa idade eu só pensava em ser o galo e nem desconfiava que elas podiam gostar de um pintinho pelado como eu. Vasculhei as filas para retorno às classes, nada; mas, por final, no banheiro masculino me apresentaram o tampinha, o “grande” Kid bostinha não chegava à altura do meu peito. Aquela turma de medrosos! Ele era o único que tinha namorada na escola naquele tempo, diziam ao menos. Se ele tinha eu também ia ter uma. Logo achei uma no pátio toda sorrisos e fui, e era a namorada do Kid bostinha. Descobri no primeiro beijo, porque o kid viu, queria tirar satisfações, fazer uma cena antes de me bater. Olhei de cima, ele sentiu a provocação e chutou-me a canela, eu revidei, ele mandou um cruzado, segurei fácil; então o demoniozinho usou a arma secreta dele – me encheu de dentadas. Cheguei a casa em trapo, apanhei da minha mãe por brigar na escola; mas no outro dia, eu e o Kid bostinha éramos amigos, mas a namorada nos deixou por um terceiro que assistia a briga. Então fui aprendendo a não subestimar os outros, fiz muitos amigos, mesmo sem brigar e arrumei outra namorada mais discreta, embora só conversássemos mesmo. Namorar naquela idade...se minha mãe soubesse?

Publicado na Tribuna Piracicabana de 09/04/11

4 comentários:

  1. Boa Noite , Camilo!
    Pô Camilo , quando vi o titulo "KID BOSTINHA" , pensei . É hoje que o camilo joga cocô no ventilador. Pensei isso pelo titulo , bostinha tem a ver com cocô.
    Mas , que bom . Pegou leve . Gostei da história. Um grande e carinhoso abraço.Bom Domingo!

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  2. Pois é. Quase, mas já me livrei em criança, quando fazia nas calças. Ufa!

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  3. Meu amigo Irineu, sua postagem lembra muito o romance "Ateneu", de Raul Pompéia. Gostei do texto, faz-me recordar os tempos de escola.
    Abraços!

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  4. Louro Neves acesse meu e-mail quartarollo.camilo@gmail.com e vou dizer que gostei muito desse romance, mas o meu fiz de uma vivência de ex-seminarista, contemporâneo e de final aberto, com tramas para mostrar questões espirituais e de finitude em O Seminário. Entre em contato para receber um exemplar aí no nordeste.

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