Amigos, esqueceram uma vez, duas, três vezes e, o menino abandonado virou adolescente rebelde, lembram-se do Esqueceram de mim, dos adultos que queriam fazer uma criança adulta antes da hora. Até deram excelentes filmes de humor, mas... Bem, este filme não tem nada a ver com a minha crônica, mas lembrei disso à toa. Espero que curtam também meu texto. Não esqueçam, hein. Ahh
O blogueiro do Face (pra quê blog, se o pessoal vai logo pro face, né)
Em 1770, o capitão-general da província Luiz Antônio de S. Mourão queria
impor a veneração dos santos de sua família à incipiente Piracicaba, mas o nosso
capitão Antônio Corrêa Barbosa foi por outro viés e, aliás, certa rebeldia faz
parte do espírito caipira. Apesar da ordem do capitão-general de se rezar
missas com altares portáteis dos santos de sua predileção, durante a construção
da capela, o capitão povoador foi econômico, tomou somente um santo como
padroeiro. Quem? Seu onomástico: Santo Antônio.
Mandou que se procurasse um santeiro para fazer uma imagem do santo e
colocar nos altar. O padre foi incumbido de encontrar um santeiro. Foi,
obediente e austero, e naquele fim de mundo de nossa pré-história a ninguém achou
para tal mister, a não ser um índio velho, que não queria entalhar santo de
branco.
O nosso capitão mandou o padre lá e que ensinasse ao índio, não a
rezar, mas a entalhar a imagem perfeita do santo. Lá foi o sacerdote piegas,
resoluto, obediente a Deus e... cheio de medo, com alguns víveres para comprar
este favor. O índio velho só trabalhava em transe e fumando um charuto soltando
fumaças em círculos, mas o padre meio chamuscado em sua auréola ia olhando e
quase entrava em transe também. No final a peça tosca ia ganhando contornos dos
desbastes de um facão de mato. O cansaço foi tamanho que ao final de uma
semana, dando graças a Deus, o padre entregou os víveres em pagamento e levou o
santo ao altar da igreja para apresentar ao capitão.
Na missa de inauguração da capela, o capitão sem o chapelão de abas
largas, respeitoso, mostrando a tez ditosa das pinturas, mas... ora, Santo Antônio
carrega Jesus menino! Cadê o menininho?
Todos da vila puseram-se a procurar, de casa em casa, perto do rio.
Por fim, descobriu-se que uma devota afoita tinha sequestrado a criança dos
braços do santo Antônio, devido a uma briga com este. O padre a vira muitas
vezes ao redor do pedestal em lacrimosas orações e numa das confissões fez ela
soltar a verdade, mas eu conto o pecado, a pecadora não.
Por quê? O santo, depois de todas as novenas não lhe dera marido
naquele fim de mundo. Assim disse ao padre, “tirei o menino até ele me dar um
marido”. O padre a convenceu dizendo:
- ...e sem marido, minha filha, você quer ser a primeira mãe-solteira
do povoado, é?
Então
ela entregou Jesus ao colo do santo, antes do natal. Mais tarde se casou com um
Antônio da vila, que não era santo, e foram felizes “pra mai di déi”.
E.T: Além desse maravilhoso blog, também emito opiniões no Face, curto, e escrevo livros. Pra quê? Não sei mesmo. Mas se estiverem a fim, contate-me, as obras estão indicados ao lado do blog, mas fornecerei mais informações se o quiserem.
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