Amigos, amigas, que as manhas de hoje não ofusquem o brio das manhãs e das manhas que somente você saberá descobrir em você.
Blogueiro manhoso.
Manhã, tão linda manhã
Ontem, enquanto digitava,
entrou pela porta aberta da cozinha um beija-flor preto, volteou e temi seu
bico, mas procurava uma flor com certeza. Onde encontraria as tais? Até o vaso
da mesa tirei para ocupar com o notbook. Não, eram as da cortina do vitrô,
meros desenhos imitando flores, de tricô. Fiquei olhando a sua dança flutuante
no ar e saiu, encontrou novamente a porta aberta de minha casa, mas agora posso
lembrar-me de sua visita.
Nestes dias ainda sonda as
lembranças de meu pai recém-falecido e saber que o está num túmulo, lembro o
local, sua última vista e parece que Deus é onipresente mesmo, quase que o vejo
lá dentro e observo, e penso onde ficou este tesouro, este amigo de quem não
consigo me desligar. Os momentos, os silêncios, a realidade. Nada pode o trazer
novamente a não ser O que tudo pode, e este mesmo tido como todo-poderoso anda
desacreditado. Desacreditado? Por que não Lhe dar uma chance, afinal, é tão
frágil a nossa vida e somos uma mera palavra que saiu de sua boca e para ela
volta. Penso mesmo em fazer silêncio, eu que sou tão prolixo. Sem o espírito
que Ele dá às palavras, às mais bizarras, não teria sentido, nem humor em
escrever minha singela literatura, independente de qualquer credo, religião,
política ou editor.
Uma coisa é certa, a literatura, a expressão
humana é tão frágil quanto à própria vida, somente o socorro divino dá o
influxo, o sopro necessário para que chegue a termo; porque o escritor, de vez
como profeta, sente os assopros divinos em seus ouvidos e não pode deixar de
escrever, assim como um beija-flor não deixa de correr pelas redondezas,
enquanto asas houver, ainda que enganando-se com flores desenhadas pelas mãos
humanas em minha cortina, vislumbres, indignas das reais que nascem e morrem no
relento e que à visão descortina. Vede!
Nós também nos enganamos, Camilo e toda essa saudade de nossos entes queridos ameniza um pouco quando contemplamos a mão divina sobre nós e os nossos. Precisamos deixar nossa possessividade de 'senhores da vida' e na humilde condição de criatura, entregarmo-nos. Deus veio até você através do beija-flor. Creia.
ResponderExcluirAbraço, Célia.