Amigos, grato pelos acessos a este singelo blog literário. Faço minhas crônicas conforme meus olhos piscam minha existência metaforizam o momento seguinte, como bits de computador. Não, a vida não é isso, é muito mais que uma metáfora. Abç e beijo pra quem é de beijo e vamos lá, leiam esta crônica brincalhona abaixo...
Leso-matrimônio
Na idade média as condenações por crimes eram cruentas, com sangue,
decepção da cabeça e decepção de maridos. As chibatadas eram um meio de fazer
um marido de princesa se acertar na casa, ao riso dos bobos da corte. Já cedo
uma rainha anã aprendia a manejar o chicote que se deve pegar pelo cabo para
não se ferir ou quebrar as unhas. Bater, sem arranhar os móveis e despertar
curiosidade aos vizinhos. Se o
masoquista gritar, apanha mais.
A extensa lista de crimes, algumas quilométricas devem-se aos pingos
de água e óleo que derrubou perto da geladeira, das toalhas de banho úmidas
sobre a cama, sobre as baratas que as deixou vivente pelos cantos, dos bujões
de gás mal engatados, dos ruídos da porta aberta, da torneira gotejante, da
ebúrnea branquidão da toalhinha da pia (mulher percebe o branco mais branco e
branco menos branco, ou o meio tom das duas coisas) e também das muitas faíscas
de pão, estas que podem incendiar um casamento.
Há indícios de crimes de casamento a bons analistas ou detetives de
séries de TV - na telinha todos os crimes são descobertos, por impressões
digitais tiradas com suas luvas látex, por algum meio químico ou teste de
balística, lá nos filmes americanos.
Na casa de lar brasileiro, logo pela pia se percebem pequenos deslizes.
O café pela metade num copo de requeijão e uma xícara com as pregas de
batom. Uma colher solta dentro do
caldeirão de feijão ou uma maça mordida por dentes pequenos na geladeira, quem
foi? Na sala a coisa se complica debaixo de pilhas de jornais e livros, de
(des)controles remotos e algum objeto contundente, lápis ou pinça. Difícil
achar um programa acessível na TV aberta, aberta pelo homem que queria mexer no
tubo, casamento sem TV digital é outro crime, inda mais na época de eleições.
De tantos crimes, leitor, melhor nem entrar no banheiro, você não
suportaria uma entrelinha mal cheirosa e assim, às cobertas de um casal feliz,
meigo e bons vizinhos, mas ainda restam malas no guarda-roupas e a caixa d’água
vazando pelo ladrão. Ladrão não, pode ser a gota d’água, pode ser a gota
d’água...
Aos que estiverem interessados, tenho exemplares do meu último livro à venda As ciladas do Androide . Se não gosta de ler ou não tem tempo, compre para o seu inimigo. ahahahhhhahh.
Contate-me pelo e-mail camilo.i@ig.com.br
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