À pena de Machado
Era um escritor de jornal, de
linguagem fácil e de crônicas políticas ou de costumes. Começara como
tipógrafo. Em seu trabalho revolucionário a crítica, a ironia, muitas vezes
despercebidas; mas em seus textos, em dados momentos para, e insere uma
entrelinha divertida ou irônica – não é mesmo assim como estou contando - e fala diretamente com o leitor que talvez
estivesse degustando e o faz pensar.
Machado de Assis escrevia à pena e o meticuloso Graciliano Ramos mais recente de punho, corrigiam na unha, sem copiar e colar do word ou fotos que pego em sites especializados ou mesmo um aurélio digital ou o google. Faziam ali, com suor, lágrimas e exultação de várias folhas, numa decisão de a qual palavra, frase, ou final jogar, para trazer impecável até nossos dias. Uma coisa que falta em alguns
grandes escritores é o que cito no primeiro parágrafo: o benefício da dúvida, de dar espaço ao leitor. Muitos hoje já começam apresentando-se
como phdeuses, mostrando todo um currículo forjado a golpes de diplomas e de
concursos, e de amigos, vejam bem, leitores, amigos, méritos alheios ou de uma editora que projeta um medíocre na mídia. O leitor de senso comum não avalia, simplesmente não gosta, desdenha, inclusive do hábito de ler.
Em Machado, a pontuação não é o seu forte e
eu mesmo grafaria de forma diferente algumas de suas orações, mas como Saramago,
também este criticado pela má pontuação, ou como o campeão de vendas Paulo
Coelho, que não rumina nem põe grifo nas suas expressões populares, e como
outros MENOS populares e BONS escritores, têm um compasso de leitura, um trotar
de ver as coisas pelas palavras, a pontuação é no "seu focar" o tema, "contextua".
É isso que a literatura carece
para ter leitores, não de doutores na escrita, que escrevem para reis e
soberanos, mas escritores são pessoas comuns que têm percepção, crítica e coragem de dizer as
palavras “mágicas” que o ouvido pode captar e em muitos lugares não diria.
Abraços a todos leitores e salvemos o dia do escritor que a coisa anda feia nesse mundo de ficção política e ideológica, de notícias plantadas e adubadas por grandes corporações. Vivemos no mundo da informação, não da formação.
Terminando e vendendo o meu peixe e como escritor de horas de folga, acrescento que meu primeiro livro O Efeito Espacial é um monólogo do homem com sua autoestima até que surge o diálogo, somente no epílogo, e se humaniza. No segundo e terceiro, As ciladas do Androide abusei mais dos diálogos e travessões, porinfluência de minha esposa artista teatral e escritora, mais afeita aos diálogos direto. Se quiserem tenho alguns exemplares e podem solicitar pelo e-mail camilo.i@ig.com.br
Escrever, hoje no teclado, que é um facilitador, deve propiciar-nos mentalidade sobre o leitor do outro lado, que lê e interpreta ao seu modo e visão de mundo na atualidade. Enquanto proliferarem analfabetos, inclusive os funcionais, difícil será a missão de escrever e atingir o público leitor. Ainda assim, persistamos!
ResponderExcluir[ ] Célia.
Muito grato, Célia. Bjos pelo dia dos amigos.
ResponderExcluirCamilo