Talvez o pirmeiro olhar para um trabalho caseiro não seja muito atrativo, visto que hoje tudo é comprado no mercado, e no mercado de livros, mas fiz um projeto desde o início para lançar uma autobiografia, inclusive minhas traquinagens na área da imprensa gráfica.
Assim como meu livro trata do meu processo de crescimento, uma biografia incompleta, meu trabalho mesmo que inacabado, não vai queimar etapas. Creio que a vida não se resume a livros, e neles tem de ter lugar especial. Grato aos compradores e principalmente leitores da obra.
CRISES DO FIHO DO MEIO e de todos os filhos – MEMÓRIAS E LENDAS
Depois de escrever e
reescrever várias vezes uma tentativa de memórias e recordações, uma pequena
biografia deparei-me com o título, o tema de muitas vidas, e da minha, A crise
do filho do meio e dos filhos em geral, mas a recordação nunca é precisa, vem
acompanhada de “pegadinhas do destino”, com histórias da família que
acrescentam um ponto e algumas interrogações até, crises nos levam a
questionar. Foi assim que fui forjando o
livro que ganhou vida e status de obra.
Personagens que
jamais sonhara em colocar vieram das sombras e tomaram forma à luz deste tema e
das lembranças caras como o inspetor de quarteirão Heitor Lobo, como os vizinhos
do final da rua, a alma-do-outro-mundo, a porquinha fujona, a mulher beija-bunda,
seu João que tomava pinga na mamadeira, o tio das onças, a horta e muitos
outros que esticaram o livro.
A
obra contempla o passado, mas não é um passadiço de saudosismos, é a força
vital de construção e quebra de ciclo, as crises. O ciclo familiar é
reminiscente mesmo no velho e a criança ainda é jovem no idoso carregado em
maca, a interioridade tem das suas.
Há
uma trama que se compõe de capítulos interligados e sucessivos com os diálogos
das personagens. Meu irmão fez o prefácio e alguns dos irmãos confessaram que
foi isso mesmo. Foi? Era assim ou assim foi visto por gente miúda que agora se
vê a si mesma, mas é bom se ver no colo de um pai amoroso, em pleno vigor da
infância, ou sentir como nas primícias da vida. Pular, brincar, correr “nos
campos do senhor”, sem culpa; nem sempre...
Assim
vejo o meu processo, mas o leitor relaxe, o texto é bem fluido e sem
complicação, com sabor e vibrante até, mesmo em crise se pode ser muito feliz.
Mas quem disse que aquilo era crise? Para uns não, para outros sim, para você
leitor pode ser mais um modo de ver as coisas chãs. O chão é próximo das
crianças e das nossas experiências mais palpáveis.
Só
resta perguntar se tudo isso está no livro, está. E finalmente, saiu o livro
porque maduro, todos os acontecimentos fecharam como que num ciclo vital. A
família nas Glebas Califórnia e depois no bairro alto onde meus pais residem
até hoje.
Saudações do filho
do meio.
Assim com outros este é um trabalho esgotante. De certa forma, uma catarse... Parabéns pelo ato de coragem.
ResponderExcluirAbraço, Célia.
Célia, vc sempre tão precisa. Como colega de profissão, da qual não dependo economicamente, sabe como é. Obrigado.
ExcluirQuando vai encomendar o seu? Paga-me quando lhe aprouver.
Camilo