Amigos e leitores de crônicas, desculpe-me pelos rebuscamentos, é que era madrugada mesmo e não tive tempo de emendar sinônimos mais usuais, recomendo um simples dicionário digital e já resolve, se o caso.
Como trata-se de uma reflexão que tive, podem perguntar, criticar, o texto que faço é para isso.
Abç
O blogueiro
Madrugada
Como trata-se de uma reflexão que tive, podem perguntar, criticar, o texto que faço é para isso.
Abç
O blogueiro
Madrugada
Levanta célebres sonhos e presságios e esconde meus piados no negrume incipiente
do dia, dos meus pensamentos disformes. Uma voz vem como a um profeta: escreve,
escreve... criando ordem no caos. Tépidas eiras sem vento e uma serração cai
sobre as bananeiras em chão fofo e úmidas em cheiro. Como uma corsa a palavra
rumoreja nas nuvens fugidias da branquidão silenciosa. Ciosa e materna a terra
esconde o horizonte para o café da aurora.
Na terna escuridão sempiterna diuturna solidão, apavora, esmaga a
visão. Olha, escreve. Um resmungo de velho, um vagido de nascido, um suspiro de
lactante, dorme o velho, nasce o homem. A natureza toda geme no lago que
reflete. Disforme é o visível, real o invisível. Da existência vã precede o
abstrato, as palavras aí estão, escreve.
Um cisco vem rodando do longe rodamoinho celeste, uma estrela de Van
Gogh cai do cipreste, as horas vão emergir o dia. Escreve, escreve. Que coisa é
o dia? Que se passou na noite? Quem rega as flores da enseada, quem alimenta os
lobos? Dorme no sono canino o homem que sonha um mundo que não é seu.
Não temas o que não vê, nem o que o negrume da
noite esconde, uma dor resume o que jacta e arvora-se em medo o que desconhece,
mas em silêncio a noite tece e o homem, criança, adormece. O mal de outrora, de
turbada dissidia, desvanece. No pincel que apaga, lá fora à flor do dia que o
relento afaga. Fica onde te colocou a vida, onde está sua essência. Não
madrugue o dia, não esconda a noite, não delapide as tardes, que seus dias são
preciosos, embora vãos no entremeio da sorte. Mesmo sem norte, simplesmente
vive e não tema a morte. Talvez alguém toque o sino, amanheceu, amanheceu; mas
outros dormem o sono da vida ou o sono da morte. Simplesmente vive, o escrever
é um recorte!
Recorte na vida como ela se nos apresenta entre o despertar e o dormir eternamente. Pura filosofia de quem sabe da vida! Parabéns!
ResponderExcluir[ ] Célia
Célia, obrigado. ABção.
ExcluirCamilo