Amigos, uma figura que sempre me fascinou é o apóstolo São João, que me dá a impressão de um cristão firme e sem pieguice, mas amoroso. Então rebato do meu manto este texto que há muito ousava escrever, pois João era, além de um seguidor de Jesus, amigo de todas as horas e um excelente escritor que ditou o quarto evangelho e algumas cartas, onde imprimiu sua visão sobre a fé e sobre as atrocidades do mundo. Observe-se no texto, alguns leitores do jornal me questionaram, nu nos tempos antigos queria dizer com roupas sumárias.
O blogueiro
João é comparado à águia dos evangelistas, numa ordem de comparação dos evangelistas a animais. |
Publicado naTribuna
Piracicabana em 08/02/13
Segundo João
São João completa
seu evangelho dizendo que se todas as palavras e atos de Jesus fossem escritos
não haveria papel suficiente no mundo, ou dir-se-iam, pergaminhos. Tudo bem,
João, hoje já destruímos muitas florestas para fazer papel para dar ao livro o
papel que achamos que tem e não precisamos dos pergaminhos enrolados do mar
morto, nem de fornecedores da cidade de Biblos.
João, descrito como
um mancebo que se evadiu nu deixando a túnica na mão dos soldados que prenderam
Jesus no Getsemani, no lugar que o mestre traído suara sangue pela forte
angústia. Evadiu, fugiu não, voltou de
longe acompanhando a via crucis como podia. Entrou no lugar onde estava o
prisioneiro e pediu no lugar que se deixasse Pedro entrar, este assim dentro e
amedrontado negou por três vezes, mais tagarela que o galo do vizinho.
O tema da fonte João
- esses compilados da vida e obra de Jesus são chamados fontes, porque vêm da
tradição e dos vários copistas que escreviam conforme profetizava o discípulo.
João é comparado à Águia e quarto evangelista, mas é mais manso que uma pomba e
mais astuto que uma serpente.
Durante toda a
repressão e perseguição aos cristãos sobreviveu e morreu de morte natural,
consagrando a profecia de que “este ficará”. Dos apóstolos foi o único a não
sofrer martírio na morte. Sobreviveu a prisões, perseguições, escreveu o
apocalipse (revelação) como uma carta às igrejas, inclusive à de Roma, chamando
esta de Babilônia para não revelar o local dos cristãos que praticavam seus
rituais nas catacumbas - cemitérios subterrâneos sob o trono imperial. De tudo
sobreviveu João, sem medo, seguindo talvez o conselho repetidas vezes no
evangelho de “não tenhais medo”.
No filme Visão de
São João ele é preso e dá testemunho de sua crença e fé, do destemor ao homem e
às coisas temporais. Um jovem preso com ele se revolta e é um alto dignitário
em desgraça. João pergunta por que está tão revoltado e o jovem responde que
foi Roma que lhe pôs lá naquelas condições inumanas. E João reflete e
profetiza: “Não, não foi Roma que te pôs aqui”. Elegera o jovem um culpado para
os seus problemas e bem à vista, ninguém gostava da opressão romana, mas mesmo
assim, era verdade?
Queremos escolher o
lugar da nossa felicidade e esquecemos o lugar que o Amor ocupa, o Amor ocupa o
lugar que ocupamos, não o que usurpamos.
E-mail para contato: camilo.i@ig.com.br
Excelente seu texto pesquisa - esclarecedor do quanto buscamos colocar no outro nossas aflições e nossa busca da felicidade. Esquecemo-nos que somos nós os construtores da mesma.
ResponderExcluir[ ] Célia.