Amigos e amigas, um cientista japonês comprovou em fotos os tipos de formação de cristais quando se dirige a uma água e se diz a ela palavras com os mais variadas cargas emocionais, a energia modifica a sua conformação de cristalização. Há inúmeros blogs sobre isso, depois de ler, querendo, veja. De uma coisa é certo, sempre que pomos a trabalhar uma energia boa ou ruim vemos os efeitos. Certos também que, em certas situações, as palavras são meros dispêndios de saliva e o que se sente é o que se apresenta em gestos. Ao lado uma foto do livro de Masaru-Emoto, e abaixo espero que aproveitem o meu texto. Leia, pois, O cristal.
O
cristal
A moça passava pela calçada de uma
rua velha e de casas abandonadas, onde folhas e ramagens subiam pelos muros,
despercebidas, comuns como o tempo que passa. Por que mudar de calçada? Pensou
a moça, mas mudou pisoteando com seu salto as sombras das altas árvores
centenárias, sem nenhum fã a assobiar. A tarde morna a entretinha como os olhos
de mãe. O andar saracoteado dela de
repente parou. Um velho como que saído do passado lhe oferecia um cristal.
Lindo! Mágico. Pegou-o numa leveza de alma e via-se a drenar nele toda a sua alma.
Uma luz radiante e bela, inexplicável. O que é isso?! Quando ia devolver ao
velho, este sumira.
A tarde já não era a mesma então,
nem sabe como desceu a ladeira com o diamante na bolsa. Na esquina movimentada
até a casa, um garoto a tentou roubar e derrubou a bolsa no leito carroçável.
Os carros passaram sobre a bolsa recuperada depois, mas o diamante falso estava
quebrado. Era vidro espalhado, misturado a suas coisas. A tarde tornou-se noite
e o caminho vago e triste, antes roubassem a bolsa e deixassem a ilusão. Subiu
em silhueta a escada apoiada pelo corrimão e mais um degrau abriu a porta.
Estava viva.
O banho e a sopa à beira da cama.
Diamante... O velho esquisito foi presentear justo alguém que já aceitara a
aversão por pedras preciosas. Habituara-se aos plásticos coloridos e outros
badulaques, sem valor. Mais cedo ou mais tarde o sono viria, seu livro já pesava
nas mãos que se espalhou nos dedos dormentes.
De manhã a flor preguiçosa da janela
acordou do vaso e disse-lhe bom-dia. O leitor não acredita? O verde amarelado
de uma planta costumeira a alegrava e o sol da manhã vinha detrás de alguns
edifícios, dando ar no quarto. Ah! Os vidrinhos de dentro da bolsa. Virou-a na
mesa e colheu as partículas num pires. Era um diamante, disse com desdém. A luz
pela vidraça decompunha em cores através do abajur empoeirado. O mensageiro dos
ventos dormia no silêncio do ar quieto. O velho, com orelhas de abano não viria
buscar e, no meio de tanta gente, quem vai olhar um velho meio louco.
Aproveitou o domingo sem namorado e
foi pela rua das árvores gigantes, queria encontrar o velho do cristal. Ia lhe
jogar o vidro de volta e fazê-lo pagar pela frustração. Achou o velho e antes
de jogar o badulaque quebrado, pensou que o velho não dissera nada e só lhe
ofereceu aquilo. Não disse que era diamante, foi conclusão dela. Imaginara em
seu anseio. Mas sem perder o ímpeto, entregou as migalhas de vidro a ele, que
os guardou no bolso do paletó puído. Uma sede súbita acometeu a jovem. Um copo
de água fresco trouxe o velho e ela sorveu de um gole, satisfeita e agradecida
com um estalo de língua. Num ritual devolveu o vidro de requeijão feito peça de
cristal e agradeceu preciosa. Um cristal límpido se formou no fundo do copo,
claro como suas intenções. Eram as últimas gotículas cristalizadas com sua
gratidão. Era tudo que precisava e o velho desapareceu no ar.
... é Camilo... a gratidão, a disponibilidade é um cristal difícil de ser encontrado...
ResponderExcluirLindo o conto que deixa profunda reflexão do que somos, queremos e o que realmente fazemos sem pretensão vantajosa.
[ ] Célia.
Grato pelo comentário,Célia. Sua capacidade de captar e transmitir é grande. Obrigado.
ResponderExcluirCamilo
FELIZ DIA PRA TI. QUERO BONS CRISTAIS EM MIM. ENTÃO.. QUE DEUS TE ABENÇOE RICAMENTE. TE DESEJO BOA SAÚDE, PAZ E SUCESSO .
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