Paixão por orelhas
O gosto por partes do corpo não sei se é doença, mas alguns obcecados viraram personagens de textos como este. Como aquele rapaz que gostava dos braços de dona Severina, do conto de Machado de Assis Uns braços - É a história de Inácio, jovem de 15 anos que vai trabalhar como ajudante do ríspido solicitador, funcionário do Judiciário ou algo entre procurador e advogado, Borges, morando na casa deste. É lá que acaba se encantando com os braços de D. Severina, companheira do seu patrão.
O meu personagem, não o Inácio, era fissurado em orelhas, devaneava em ver uma, o primeiro olhar de flerte era nas laterais da cabeça. Se a moça estivesse com os cabelos soltos, ficava imaginando como desvelar, conhecia-as pelas orelhas, gostava das dobrinhas. Orelha pequena, safada e meiga; orelhas grandes, exibida, de muitas trocas de brincos e aí ia nessa fantasia tola.
Perdeu várias pretendentes por mordiscá-las na parte mais tenra do lóbulo, era um machista, preferia as orelhas pequenas, brancas, indefesas e dava mordidinhas. As suas não eram assim bem cuidadas, andava com peluchos e cera vencida e ouvia somente aos seus instintos e às orelhas dos outros.
Enamorara-se com uma moça de orelha fininha, bem torneada (se é que se pode usar o termo), de traços bem feitos e vincados, um sorriso enchia-lhe o rosto de sangue e vida e com aquelas orelhas era o toque final de Deus. Quando punha os cabelos cacheados por trás, parecia-se com os elfos e ria do nada, ria simplesmente, isso alegrava o apaixonado.
Dizem os acupunturistas que a orelha representa todo o corpo embrionário, o feto, aquelas formações retorcidas e duplas. As agulhas são colocadas nelas que refletem nas terminações do corpo. Um dia o rapaz disse à amada aquilo que não o conseguira até aquele momento, ela não o deixava, encabulava-se e então desta vez declarou-se a supetão:
- Vou lhe contar do que mais gosto em você. São nada mais, nada menos que suas orelhinhas.
A moça pareceu ouvir e ia dizer que:
- ...
- Orelhas, entendeu, orelhinhas, muu,mu.
E ela lhe deu orelha। Ah, esqueci de lhes contar, era surda-muda.
O gosto por partes do corpo não sei se é doença, mas alguns obcecados viraram personagens de textos como este. Como aquele rapaz que gostava dos braços de dona Severina, do conto de Machado de Assis Uns braços - É a história de Inácio, jovem de 15 anos que vai trabalhar como ajudante do ríspido solicitador, funcionário do Judiciário ou algo entre procurador e advogado, Borges, morando na casa deste. É lá que acaba se encantando com os braços de D. Severina, companheira do seu patrão.
O meu personagem, não o Inácio, era fissurado em orelhas, devaneava em ver uma, o primeiro olhar de flerte era nas laterais da cabeça. Se a moça estivesse com os cabelos soltos, ficava imaginando como desvelar, conhecia-as pelas orelhas, gostava das dobrinhas. Orelha pequena, safada e meiga; orelhas grandes, exibida, de muitas trocas de brincos e aí ia nessa fantasia tola.
Perdeu várias pretendentes por mordiscá-las na parte mais tenra do lóbulo, era um machista, preferia as orelhas pequenas, brancas, indefesas e dava mordidinhas. As suas não eram assim bem cuidadas, andava com peluchos e cera vencida e ouvia somente aos seus instintos e às orelhas dos outros.
Enamorara-se com uma moça de orelha fininha, bem torneada (se é que se pode usar o termo), de traços bem feitos e vincados, um sorriso enchia-lhe o rosto de sangue e vida e com aquelas orelhas era o toque final de Deus. Quando punha os cabelos cacheados por trás, parecia-se com os elfos e ria do nada, ria simplesmente, isso alegrava o apaixonado.
Dizem os acupunturistas que a orelha representa todo o corpo embrionário, o feto, aquelas formações retorcidas e duplas. As agulhas são colocadas nelas que refletem nas terminações do corpo. Um dia o rapaz disse à amada aquilo que não o conseguira até aquele momento, ela não o deixava, encabulava-se e então desta vez declarou-se a supetão:
- Vou lhe contar do que mais gosto em você. São nada mais, nada menos que suas orelhinhas.
A moça pareceu ouvir e ia dizer que:
- ...
- Orelhas, entendeu, orelhinhas, muu,mu.
E ela lhe deu orelha। Ah, esqueci de lhes contar, era surda-muda.
Amigos, acaba de chegar da gráfica As ciladas do . Os que tiverem interesse me acesse no e-mail camilo.i@ig.com.br e reserve o seu exemplar, posso enviar por correio num endereço fornecido e o valor pode ser depositado em conta.
Olá, Camilo... um conselho: lavemos bem orelhas... cuidemos para desvirmo-nos da surdez e assim podermos dar o troco "aos machistas canibalescos"!!
ResponderExcluirAbraço, Célia.
...ou feministas canibaliescas. rsrsr
ResponderExcluirCamilo