gratos aos leitores de O Seminário e deste blog.
Charadinhas
Quem já leu o livro sabe quem é o narrador final?
Há duas pessoas com o mesmo nome no livro, quais?
Ainda no clima de sexta-feira posto um texto reflexivo sobre a morte e a crença cristã, vide abaixo. A pintura ao lado é de El Grecco que tinha o estilo de figuras altas e esguias, como a enunciar a mística; os tons de azul e amarelo, os contrapontos de cores opostas e complementares fazem os quadros monumentais.
Agonia de Pedro
Lá fora, depois do sepultamento, sons quaisquer de crianças brincando perto. Foragido, a vida lhe pega num assombro, nessas brincadeiras de criança. Que sabem elas? Acordando um velho medroso. O mestre fora morto, mas elas não têm medo das centúrias de Roma, nem tecem nenhuma ideologia, a vida floresce atrás de qualquer distração.
A noite cai e desde a manhã Pedro não sai, sucumbido e chororô. Quer ficar ali apegado em suas memórias boas, quer que passe logo esse tempo de luto, de sexta da paixão. Viu de longe, às escondidas, o sepultamento e lá jaz o corpo santo, mas um frêmito de morte lhe assusta em seu esconderijo e a vida o embaraça, um cavalo veloz levanta o pó na noite e some no galope. Um passante assobia pela ruela e vai distante, deixando solitário o caminho. Pode sair e ver a pedra que fecha a tumba, mas está guardada por soldados romanos. Jerusalém dorme.
Que juízo fazer desse mundo? Um tribuno incapaz, Pilatos O entregou à morte, mas ele O negou por três vezes. Roma, sempre esse nome inconveniente nos seus ouvidos - não, é ele mesmo. O muito pensar e o falso juízo tornam a vida pesada. A morte veio a quem mais amava e a vida lhe foi deixada como um sopro passageiro. O mestre disse que ressuscitaria no terceiro dia, até disso Pedro duvida. Mas um dia perante Deus é como mil anos e mil anos como um dia.
Então Pedro foi ao sepulcro, João corria na frente, corria e o velho chegou depois, viu roupas elegantemente dobradas com cuidado, mas o Corpo...
Até aos presentes dias não foi encontrado e as mais variadas versões surgem dos crentes e não crentes sobre o fenômeno cristão. Uma cilada da própria vida, crer pela fé. Eu não sei e bem provável que leitor não me peça explicação. Um cronista não tem resposta para isso, prefiro crer que o poder de Deus está naquelas crianças, às quais não podemos pôr impedimento ao encontro com a espiritualidade.
A noite cai e desde a manhã Pedro não sai, sucumbido e chororô. Quer ficar ali apegado em suas memórias boas, quer que passe logo esse tempo de luto, de sexta da paixão. Viu de longe, às escondidas, o sepultamento e lá jaz o corpo santo, mas um frêmito de morte lhe assusta em seu esconderijo e a vida o embaraça, um cavalo veloz levanta o pó na noite e some no galope. Um passante assobia pela ruela e vai distante, deixando solitário o caminho. Pode sair e ver a pedra que fecha a tumba, mas está guardada por soldados romanos. Jerusalém dorme.
Que juízo fazer desse mundo? Um tribuno incapaz, Pilatos O entregou à morte, mas ele O negou por três vezes. Roma, sempre esse nome inconveniente nos seus ouvidos - não, é ele mesmo. O muito pensar e o falso juízo tornam a vida pesada. A morte veio a quem mais amava e a vida lhe foi deixada como um sopro passageiro. O mestre disse que ressuscitaria no terceiro dia, até disso Pedro duvida. Mas um dia perante Deus é como mil anos e mil anos como um dia.
Então Pedro foi ao sepulcro, João corria na frente, corria e o velho chegou depois, viu roupas elegantemente dobradas com cuidado, mas o Corpo...
Até aos presentes dias não foi encontrado e as mais variadas versões surgem dos crentes e não crentes sobre o fenômeno cristão. Uma cilada da própria vida, crer pela fé. Eu não sei e bem provável que leitor não me peça explicação. Um cronista não tem resposta para isso, prefiro crer que o poder de Deus está naquelas crianças, às quais não podemos pôr impedimento ao encontro com a espiritualidade.
Parabéns Camilo pelo excelente trabalho.
ResponderExcluirOi, Camilo! Voltei de Minas e vim visitar seu blog. Continua muito bom. Parabéns!
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